É comum alguns coachees e amigos virem me questionar a respeito do momento em que as empresas deles apenas cresceram após eles passarem a contar com outras pessoas em cargos de confiança, isso inclui deixar claro suas estratégias, custos e lucros, etc.

Seja pela necessidade real de expansão (demanda) ou por quererem expandir seus negócios através de filiais em outros estados, assim aumentando seus lucros e força da marca. Muitos presidentes e diretores, acreditam que só eles têm a capacidade, conhecimento e habilidades necessárias para o cargo, assim no momento que pensam em ter que confiar em outro alguém no momento da expansão, colocam em dúvida as capacidades e honestidade desse outro, limitando o crescimento da empresa por anos.

Devido a empresa ter crescido através de seus esforços, sendo cuidadosa e minuciosamente orquestrada durante alguns anos, passar essa gestão para mais alguém se torna um ponto muito difícil de se abrir mão no momento da expansão, podendo colocar em “cheque” a qualidade, ou seja, o nome/marca construída em anos.

Em alguns casos chamamos isso de crenças limitantes, pois identificamos que essas razões são como habilidades e capacidades que podem ser treinadas e sim entregues a um outro diretor, elevando a empresa a outro nível.

Desde que nascemos, somos expostos a diversas situações, influências, regras e dentro deste contexto formamos as crenças, algumas impostas e outras formadas por meio de nossas experiências, sejam elas boas ou ruins. Aos poucos vamos percebendo, ou não, o quanto as crenças chamadas limitantes nos atrapalham e as fortalecedoras nos mantém confiantes para o nosso objetivo.

Todo nosso fracasso (desde uma tarefa diária ou um grande projeto) tem uma justificativa e sempre vem acompanhada de uma crença limitante, normalmente ilógicas e irracionais. 

É necessário pararmos por um instante e identificarmos algumas de nossas crenças limitantes e trocarmos por fortalecedoras.

Se analisarmos as pessoas de sucesso, produtivas e realizadoras, por trás delas existem diversas crenças fortalecedoras, algo que as move, as impulsiona, que as fazem seguir em frente custe o que custar! E tenha a certeza que todos podemos ser melhores, só basta querermos! 

Para isso, é necessário identificar todas as desculpas geradas em torno das metas e objetivos, que normalmente são crenças que te atrapalham a chegar no estado desejado. Questione se são irracionais e troque por crenças lógicas, racionais e fortalecedoras para que você esteja sempre à frente. 

Lembre-se que somos totalmente responsáveis por todo nosso sucesso ou fracasso!
            
Uma pessoa com uma boa crença é igual a força de 90 pessoas que só têm interesse. Assuma a responsabilidade por todas as coisas que acontecem na sua vida, e fazendo isso você irá adquirir poder e maturidade. Se você estiver no controle, terá sucesso.

Alguns estudos apontam que nosso comportamento é 80% reação e 20% ação por escolha, e por esse motivo temos atitudes, comportamentos e pensamentos repetidos do qual não são produtivos e muitas vezes maléficos para nós. 

Ocorrem distorções desde que nascemos, todos vemos o mundo por meio de óculos coloridos: nossa perspectiva dos outros é distorcida por nossa história psicológica, que determinam nossas crenças e valores.

Por exemplo, se vivenciei a violência física quando criança, poderia crescer vendo o mundo com um lugar perigoso e todos ao meu redor como uma ameaça potencial, impedindo assim meu crescimento profissional e pessoal. Não verei as pessoas como elas são enquanto meus olhos forem coloridos por minha história, meu condicionamento. Essa distorção pode fazer que eu seja tímido, desconfiado ou agressivo com os outros.

Só quando nos tornarmos conscientes da nossa perspectiva distorcida é que poderemos compensá-la ou alterá-la. Ser informado sobre isso tem pouco impacto, perceber isso sobre nós mesmo é muito mais importante!

Quantas vezes nas empresas escutamos novas estratégias, conselhos e não damos valor e em um breve futuro percebemos que erramos e teria sido um excelente negócio ter valorizado as sugestões alheias.

O descondicionamento pode ser alcançado pelo processo de coaching e mantido pelo autoconhecimento.

Veja três perguntas de coaching que podem ser utilizadas como um mantra quando identificado esse tipo de pensamento ou comportamento repetidamente:

- De onde vem o impulso para essa ação, pensamento ou sentimento?

- Essa é uma escolha minha ou a opinião de meus pais, da empresa ou de minhas normas culturais?

- Isso é verdadeiro, uma suposição ou uma crença?

Naturalmente quando reconhecemos o condicionamento, temos a oportunidade de escolher se queremos aceitá-lo ou alterá-lo. Se não reconhecemos, permanecemos uma vítima dele!
            
Até que ponto são verdadeiras ou válidas as crenças e pressupostos que tomamos como verdadeiros? Evitar a expansão de uma empresa, setor ou cargo por achar que só você sabe gerir e vender melhor seu produto faz sentido? Até que ponto?

Leva tempo para nos desfazermos da bagagem dos condicionamentos e crenças questionáveis, mas à medida que a peça cai fora do caminho a vida fica mais leve. Ter a exata compreensão de suas crenças e valores é uma parte fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Quando seus valores e crenças estão alinhados com o da sua organização, então é provável que você seja excepcionalmente produtivo e se sinta verdadeiramente satisfeito.
            
No processo de coaching trabalhar com valores e crenças não significa desafiar mentalidades religiosas ou filosóficas pessoais, e sim examinar sua fonte de energia e explorar essa forma de trabalhar com essa energia para ter melhores resultados. 

As crenças nos motivam e nossos valores nos dão permissão e a falta de conhecimento de si leva isso a resultados contrários. Quando meus coachees começam a entender a fonte de sua motivação, o trabalho de coaching ganha de forma substancial de dois aliados, que permitirão e motivarão durante todo processo.

Crenças limitantes são muitas vezes que chamamos de paralisia comportamental ou são apenas pensamentos automáticos não verdadeiros e que prejudicam nossa eficácia.

Veja alguns exemplos:

- Eu não mereço esse emprego, não mereço ter sucesso;

- Vou falhar, não consigo;

- Serei julgado de forma injusta, não irei me expor;

- Não conseguirei fazer o que me foi pedido;

-Sou o único que faço melhor a gestão da empresa.

Depois de terem uma melhor compreensão de suas crenças e motivações, os clientes podem com maior confiança e responsabilidade ir atrás do que realmente valorizam e superar obstáculos que impedem seu desempenho e crescimento.

Recentemente atendi um cliente que tinha receio em contratar outro funcionário para sua empresa por achar que esse talvez não tivesse o mesmo apreço com os clientes e funcionários, assim podendo impactar em seu negócio. Durante alguns anos ele pensava e planejava a expansão, porém algo maior o bloqueava.

Durante algumas sessões ele conseguiu perceber os valores fundamentais no qual seus funcionários teriam que ter e de que forma ele poderia expor, contagiar e equilibrar todos seus novos contratantes, garantindo o mesmo atendimento e qualidade na entrega de seus serviços.

No final do processo de coaching ele estava contratando o terceiro funcionário, já tinha aprendido muito nesse processo com seus novos profissionais, que trouxeram suas experiências que o ajudou a ter um maior cuidado na expansão.

Na minha carreira como coach, através da escuta atenta, estruturada, experiência e foco no resultado, trabalho também as crenças de meus clientes, identificando e desconstruindo esse padrão de pensamento deles e auxiliando a uma melhor performance.



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