Ao tomar contato com o coaching esse foi o tema que mais me fez saltar os olhos para fora e para dentro de mim para tentar perceber quais são as minhas próprias crenças limitantes. Afinal, um coach precisa se conhecer, saber quais seus valores e quais as suas crenças: se elas são limitantes ou se são de acordo com a perspectiva e se olhadas pela ótica da meta, são apoiadoras. Para fora pois me instigou a entender como enquadrar, ou como é tomado na psicologia comportamental, ressignificar? Tanto me instigou que me propus a ter a minha crença enquadrada. Minha crença caiu quando aplicada a mim, mas não necessariamente ao mundo que me cerca. Trocando em miúdos, eu passei a ver que pode sim existir aquilo que eu acreditava mas que não necessariamente precisa se aplicar a mim.
E ao ver a ferramenta de enquadramento de crenças sendo bem executada, eu pude compreender como uma crença é enquadrada: o indivíduo traz para o concreto, para a verbalização e a visualização aquele compêndio de pensamentos que vagueiam pela mente e fazem com que ações deixem de ser tomadas.
Não é um trabalho fácil. Na minha concepção, o mais difícil, independente da razão da existência daquela crença. Quando o indivíduo pauta seus atos e orientações a uma crença limitante, o coach deve ser muito competente e ao mesmo tempo empático para absorver essa demanda e trabalhá-la da forma mais assertiva e compreensiva possível.
Segundo Lacan, o indivíduo sabe o que disse mas jamais o que o outro escutou. Portanto é extremamente eficaz a técnica de enquadramento de crenças pois o coachee tem a oportunidade de escutar aquilo que fala, ver escrito tudo o que disse, passar pelo senso crítico e racional, entender a situação, o contexto e então tomar sua decisão se vai se manter com aquela crença e a meta cai, se a crença cai ou se dá para coexistir. Naturalmente, algumas metas e crenças limitantes são em absoluto incongruentes, portanto, uma delas deve cair.
Uma crença limitante é um frio na espinha de um coach por ser o que é: limitante. Porém o trabalho é igualmente fascinante e tende a se tornar uma excelente ferramenta de autoconhecimento e autoconsciência para que o cliente tome cada vez mais decisões planejadas e conscientes.
Informamos que esse texto é de inteira responsabilidade da autora identificada abaixo.
Debora Rolim Albuquerque Canelas
Life Coach
Psicóloga com MBA em gestão estratégica de pessoas pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Atuação profissional diversificada: há 10 anos atuante na área de recursos humanos, com experiência no terceiro setor e clínicas de saúde mental e dependência química. Professional coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching. www.deborarolim.com