Uma entrevista de trabalho pode significar tensão e desconforto para muita gente. A maioria das pessoas se incomoda em ser analisada, testada e “investigada”. Outras, porém, chegam a ficar à vontade demais.

Como saber qual o comportamento ideal? Ainda mais sabendo que a entrevista é a oportunidade única que teremos de nos apresentar para aquela vaga, e a impressão que deixarmos vai determinar se continuaremos ou não no processo.

Então, vão algumas dicas baseadas não só na minha experiência, mas nas pontuações de outras colegas.

- Mostrar simpatia e bom humor pode ser muito útil, mas sem exageros. Você não quer parecer puxa-saco e nem está pleiteando uma vaga para um stand-up (eu acho). Eu já tive que ouvir piadas dos entrevistados...

- Existem selecionadores que preferem um clima mais austero, mas hoje é normal que a entrevista seja uma conversa relativamente descontraída. Não quer dizer que vocês são amigos e que você pode tratar o selecionador como o anfitrião do churrasco. E nunca, nunca mesmo, paquere o entrevistador.

- Responda o que o selecionador te perguntar. Atendo-se às perguntas e sendo bem objetivo, você não perde tempo e não corre o risco de dizer algo que não deveria. Não é necessário explicar mínimos detalhes do que você fazia: se a entrevista for por competências, o entrevistador vai investigar com você os detalhes que ele precisa saber.

- Não saia falando sobre sua vida pessoal, na entrevista chegará o momento em que isso será perguntado. E quando for, tenha foco na pergunta. Não trace um perfil comportamental com lista de todos os talentos dos seus filhos para o selecionador.

- Em hipótese alguma peça ajuda ao entrevistador. Alguns candidatos esquecem que o entrevistador é um representante da empresa e que precisa avalia-lo de alguma forma. E agem com ele como se fosse um agente intermediário. Mesmo em empresas de seleção, o selecionador representa a empresa cliente, ele não é um agente intermediário naquele momento. Então, não explique o quanto está precisando do emprego, mesmo que esteja, e não peça ajuda para passar nesta fase do processo seletivo. Isso acaba com suas chances de seguir no processo, em 99% das vezes. Eu já passei por isso diversas vezes, e com candidatos dos mais diversos níveis hierárquicos. Não posso pré-aprovar um candidato que não tenha condição de separar o processo seletivo de um favor. Já entrevistei muitas pessoas extremamente necessitadas que mantiveram a postura e a dignidade até o final do processo, e foram contratadas. Com algumas perguntas, o selecionador é capaz de ter uma noção da situação financeira do candidato. E manter a postura ainda mostra a capacidade de lidar com a ansiedade, ponto muito importante para qualquer posição.

- Não use gírias. Dependendo do selecionador, da posição ou da empresa, uma colocação ou outra até pode ter contexto. Mas, se não quer arriscar, não use nenhuma. E para os mais jovens (parece óbvio e desnecessário, mas existe): não masque chiclete, não se sente como se estivesse no sofá de casa e não chame o entrevistador de “véio”... (juro, e não foi só uma vez).

Não sei como você é mas, no geral, aja como se estivesse sendo apresentado aos pais do seu amigo. Você quer parecer uma boa companhia para o filho deles: leal, confiável e com boa postura. São os requisitos pessoais que toda empresa procura.



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