Segundo o dicionário online de português “Dicio”, no âmbito psicológico, assertivo é aquele “Que expressa segurança ao agir; que se comporta de maneira firme; que demonstra decisão nas palavras”. E, de acordo com Adam Cash, doutor em psicologia, no seu livro “Psicologia Para Leigos”, um dos problemas mais comuns, na prática da psicologia clínica, é que as pessoas não sabem lutar por si mesmas e comunicar suas necessidades de forma direta e confiante.

Este comportamento não assertivo pode ser ainda mais acentuado em culturas mais emotivas como a brasileira. Não ser assertivo pode causar inúmeros problemas como mal-entendidos, desconfianças, má interpretação de opiniões, além de uma protelação de decisões e desconforto nos diálogos. Por exemplo, quantas vezes você viu alguém ser convidado para um evento do qual não pode participar mas não conseguiu ser assertivo e dizer não? O anfitrião normalmente fica a esperar uma resposta o que pode prejudicar a realização do evento ou até mesmo postergá-lo ou cancelá-lo.

Há inúmeras desvantagens de não ser assertivo, mas no campo das vantagens podemos mencionar: Respeito, credibilidade e imagem perante as pessoas, resolução de confrontos, autoconfiança, minimização de conflitos e estresse.
Eis aqui alguns passos para ser assertivo:

Tenha respeito sincero pelo outro – Este é o primeiro passo. Não importa qual sua opinião e qual comportamento que exige um feedback, o respeito pelo que o outro sente deve ser prioridade. Seu compromisso é com a verdade apenas e não deve ferir a dignidade do outro.

Coloque sua opinião tal como é - Ser verdadeiro não é tarefa simples. Segundo a psicologia, a maior parte de nós mente com frequência, seja para não magoar alguém, seja para se proteger, ou para abafar atitudes nossas que acreditamos não ser socialmente aceitas. Muitas vezes, porém, a verdade pode nos ajudar, poupar nosso tempo e evitar conflitos. Assumir o que se pensa ou o que se é pode ser libertador e evita de termos de dar mais explicações. Se gostamos de amarelo e não de vermelho, é melhor dizermos “Gosto de amarelo e não de vermelho”. As pessoas que souberem disto, então, evitarão nos oferecer vermelho e passarão a colocar o amarelo à nossa disposição. Imagine, porém, se disséssemos “Adoro vermelho, mas não estou afim agora”... Quantas outras vezes teríamos de inventar desculpas para não aceitar o vermelho?

Adapte a linguagem – Ainda usando o exemplo das cores, você não precisa expressar raiva pela pessoa que lhe oferece vermelho ou lhe faz perguntas sobre esta cor. Ela talvez veja o vermelho como você vê o amarelo. Seja sereno e foque na verdade a ser dita apenas. Você não precisa franzir a testa, fazer uma cara de nojo e dizer “Você já sabe que eu odeio vermelho, caramba!”. Às vezes, a pessoa até sabe, mas esquece ou não tem ideia do quanto você não gosta desta cor.

Use linguagem corporal e se necessário eufemismos - Segundo o pesquisador de linguagem Albert Mehrabian, 55% da comunicação é por meio não verbal, sendo grande parte destes gestos e expressões faciais. Este é o “como” se diz uma verdade. Gritar dizendo “eu não gosto de vermelho” é diferente de esboçar um sorriso sincero com gesto simpático e pronunciar calmamente “desculpe, mas não gosto de vermelho”. Este comportamento faz toda a diferença. O uso do eufemismo também pode ser útil. Ele é uma figura de linguagem que usa termos mais agradáveis para suavizar uma verdade expressa. Continuemos nas cores para o exemplo: “Lamento, meu querido, mas dentre as cores que vejo o vermelho não é mais agradável para mim, ofereça-me qualquer outra, e ficarei muito feliz!”. Se esboçar um sorriso, o assunto tem chances de se resolver muito bem.

Você pode usar esta técnica em vários aspectos da sua vida como: dar feedbacks, emitir opiniões, recusar convites, expressar descontentamento com algo e assim por diante. Lembre-se, mais importante que ter razão é ser feliz!



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