Atualmente falamos muito em empregabilidade, em como temos que nos comportar, quais competências temos que desenvolver para sermos aceitos no mercado de trabalho, etc, etc. Mas já paramos para pensar no outro lado dessa história? Como estão se comportando os profissionais de seleção?

Durante anos atuando em Recursos Humanos de pequenas e grandes empresas, nacionais ou internacionais, sempre me deparei com a forma como muitos profissionais de recrutamento e seleção lidam com a questão de escolher “a pessoa certa para o lugar certo”: muitas vezes alheios ao fato de que estamos diante de um indivíduo, com uma história de vida única e seus sonhos, medos, anseios, traumas, famílias.

Com frequência deixamos que a “síndrome do micro poder” cerque nossos egos e nos cegue para o fato de que estamos diante de uma (ou muitas) pessoa(s) fragilizada(s) em algo que toca a essência de Ser Humano: o Trabalho.

Sabemos que desde os primórdios o homem se organiza em diferentes modelos de trabalho e que desenvolve ferramentas para trabalhar melhor. É com o trabalho que ele conquista seu próprio espaço e o respeito dos demais. É seu trabalho que viabiliza seus sonhos, e lhe permite alcançar estados desejados.

Paramos para nos colocar no lugar do outro? Usamos de empatia e nos perguntamos: como está se sentindo aquele candidato? Alguma vez estivemos desempregados e sabemos como se sente um homem nesta situação?

Sou uma admiradora da humanização dos processos e setores de Recursos Humanos, e torço para que chegue o dia que os profissionais de RH, gestores, líderes, entre outros, atuem em seus processos de escolha com mais cuidado, carinho, empatia, respeito ao próximo, generosidade, sem – contudo – cair no amadorismo. Não podemos conseguir uma recolocação para todos, mas podemos – simplesmente – ser gentis, pois somos todos, apenas, sujeito suposto saber.



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