Eu sempre gostei muito de um pensamento do Einstein que diz “é muito melhor saber fazer perguntas, do que ter respostas para tudo”.
Existem, atualmente, no mercado, muitas publicações sobre coaching e o seu interesse tem sido muito grande tanto por parte dos profissionais, quanto das empresas.

Antes de avançarmos em algumas reflexões sobre o processo de coaching, vale a pena relembrarmos alguns conceitos, como coach, coachee e coaching...
A palavra coach vem dos esportes (em inglês significa “técnico esportivo”) e é, também, o termo antigo usado para carruagem. Este significado se aplica de certa forma, ao papel do coach porque ele ajuda alguém a “transportar” seu sonho para a realidade e a se “transportar” de um determinado lugar para o outro, de um padrão de competência para outro.
Coachee é o cliente. Coaching é o processo de trabalho entre coach e coachee.
Com vistas a atingir o ideal humano de se tornar aquilo que deseja e ser o melhor possível, o coaching apoia as pessoas em todos os níveis desse processo. As quatro disciplinas centrais do coaching são a Psicologia Humanista, Filosofia Oriental, o Construtivismo e os Estudos Linguísticos.
O coach deve procurar estabelecer uma verdadeira relação de abertura e confiança com o seu coachee - essa é a primeira etapa para o trabalho de coaching e uma efetiva relação de parceria.
O coach não é o dono da verdade, não tem certo nem errado no relacionamento entre adultos. Os coaches precisam ser dotados de habilidades específicas, ter presença e possuir um determinado nível de desenvolvimento para auxiliar seus clientes. A habilidade da escuta ativa é competência essencial para um bom coach. O comprometimento com a agenda de encontros entre o coach e o coachee é de fundamental importância para o sucesso do programa.
Analisar e diagnosticar situações; saber construir uma relação de confiança através do diálogo aberto; exercer influência sutil e poderosa na forma como o coachee pensa e reage, levando-o a insights; saber dar (e receber) feedback e, por último e não menos importante, valorizar cada progresso do coachee.
Autoconsciência e autoestima consistentes são fundamentais no processo de coaching, tanto para o coach quanto para o coachee. Quanto maior o nível de consciência e determinação maior a possibilidade concreta de mudança e realização dos seus objetivos.
Autenticidade, empatia e valorização da singularidade do cliente estão presentes no coaching; todos os modelos enfatizam a importância de um relacionamento de coaching aberto e confiável.
Existem vários modelos e abordagens para coaching, dentre eles Coaching Comportamental, Coaching de Desenvolvimento, Coaching de PNL, O Jogo Interior, O Modelo Grow, Coaching Executivo, dentre outros.
Nessa abordagem, vamos nos ater mais ao programa de Coaching Executivo.
Uma das questões muito comuns nos processos de promoção é a constatação de que nem sempre um bom técnico se transforma em um bom líder. Trabalhar com fórmulas e máquinas é diferente de trabalhar com gente. Mas muitas vezes a falta de preparação para lidar com a gestão de pessoas pode ser definidor no insucesso do profissional.
Dentro das empresas há uma procura crescente por formações que preparem o líder para atuar como Líder Coach – e aqui vale lembrar que quem legitima o coach é o coachee.
Vejam o que diz esse estudo do Baruch College, realizado com 31 gerentes (HSM, Management, A Neurociência da Liderança, Jan/Fev 2007):
“Um programa de treinamento aumentava a produtividade em 28%, mas o acréscimo do acompanhamento de um coach, ao treinamento aumentava a produtividade em 88%”.
O coach precisa fornecer feedback objetivo, porém - o que é mais importante, ele precisa ajudar os clientes a desenvolverem a capacidade de fornecer feedback objetivo a si próprios e isso é libertador...
De um modo geral, coaching é o processo de ajudar pessoas e equipes a atuar no nível máximo de suas capacidades. Consiste em explorar os pontos fortes das pessoas, ajudando-as a vencer obstáculos e limites pessoais para alcançar o seu melhor desempenho, e permitindo-lhes funcionar de maneira mais eficaz como membros de uma equipe. Um coaching eficaz requer ênfase tanto na tarefa quanto no relacionamento.
Importante lembrar que não é possível assessorar alguém sem saber qual é o seu objetivo. A visão de futuro e a agenda de realização pertencem, única e exclusivamente, ao coachee.
O coach precisa verificar qual é o grau de competência requerido para cada ação estratégica do projeto e qual é o grau de competência real do cliente.
É importante que o coaching ajude o coachee a descobrir os seus motivos para agir, reconhecer e gerenciar as suas forças - às vezes “menos é mais”.
Jogos de culpa não motivam ninguém e na realidade “motivação é uma porta que se abre pelo lado de dentro”.
Na prática do Coaching Executivo, um instrumento interessante de autoavaliação dos gestores é perceber e estabelecer com clareza sua dedicação a cada nível de engajamento (estratégico/tático/operacional), em comparação com a situação ideal, na qual alcançariam seu melhor desempenho.
O coach executivo tem forte papel no entendimento dos caminhos possíveis de desenvolvimento das competências que possam ajudar o coachee a ampliar as suas chances de êxito na realização de seu projeto profissional / de vida.
Coach Executivo:
Resultados para a Empresa:
- Executivos melhor preparados para ocupar e/ou assumir posições de poder, capazes de mobilizar e desenvolver pessoas e equipes em prol do sucesso do negócio.
- Maior produtividade: individual, de equipes e do negócio.
Resultados para o Executivo:
- Maior credibilidade devido à melhoria de desempenho, especialmente na gestão de pessoas e do negócio.
- Melhor visibilidade, devido a uma postura mais madura e mais sênior diante da organização.
- Maior maturidade para gerenciar as pessoas e as mudanças necessárias ao crescimento do negócio.
Por tudo isso, podemos afirmar que o Coaching Executivo é um investimento estratégico!
Construção da relação (abertura e confiança são fundamentais), construção da visão (a visão é o norte, uma síntese do objetivo) bagagem de mão (valores, atitudes, padrões de comportamento, forças e fraquezas) e plano de ação (resultados pretendidos, análise do “gap”, competências em uso, pessoas envolvidas, prazos, agenda de acompanhamento) são etapas do coaching a serem construídas a quatro mãos.
Vale lembrar que, a palavra final é definitivamente do coachee, o grande protagonista da sua própria vida...
Antonio Amorim
Amorim Coaching & Desenvolvimento Humano
Referências:
Ane Araújo, Coach: Um parceiro para o seu sucesso, Edição revista e atualizada, Ed. Campus, 2012.
Instituto Marcondes Consultoria.
Andrea Lages e Joseph O’Connor, Como o Coaching Funciona, Ed. Qualitymark, 2010.
Júlia Oliveira e Alberto Centurião, coordenação, Ed. França, 2012.