A Global Coaching Community (GCC) define coaching como uma metodologia de desenvolvimento humano em que se cria num contexto transformacional para o alcance de um estado desejado.[1] Marques define coaching como “um processo sistematizado em que um coach (profissional) acompanha e estimula o seu cliente no desenvolvimento de sua performance e alcance de suas metas”.[2]
A International Coach Federation entende que o coaching desenvolve o senso de parceria com os “clientes em um processo criativo e um provocador de pensamentos que os inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional.”[3]

Já a Associação for Coaching define o coaching como “um processo sistemático colaborativo focado na solução, orientado para resultados, no qual o coach facilita o aumento do desempenho de trabalho, da experiência de vida, do aprendizado autodirecionado e do crescimento pessoal do cliente.”[4]

Para Drummond e coautores o coaching “ajuda a descortinar as potencialidades já existentes e as que precisam ser descobertas ou desenvolvidas e a desenvolver a inteligência emocional, apoiando o coachee a analisar os próprios erros e matriz desses comportamentos.”[5]

Em todas estas definições é possível observar alguns importantes componentes envolvidos no coaching, como, por exemplo, a relação entre duas pessoas, uma mais experiente – coach – e outra que necessita de suporte – coachee. Há uma relação indicativa de busca de solução, de resultados, ampliação de performance, etc. A partir das definições, tanto os textos sobre coaching, quanto os cursos de formação acabam demonstrando técnicas de abordagem ao trabalho do coach, estratégias para que sejam alcançados os objetivos propostos pelo coaching. São apresentadas ferramentas para que o coachee descubra e alcance as metas, estabeleça planos de ação e formas para buscar meios para enfrentar os obstáculos que o impedem de encontrar a solução para o estado desejado. Enfim, o coaching acaba trazendo um arsenal de estratégias de ação para que o coachee alcance o estado desejado.

Mas será que o coaching seria apenas uma estratégia de trabalho para o coach? Para que ele consiga a sua capacitação em se tornar um coach, necessita alcançar as mesmas qualificações que deseja que seus coachees alcancem. O coach necessita desenvolver estilo de vida que seja alcançado pelos mesmos princípios e estratégias em que vai estimular seus coachees, vivendo e experimentando antecipadamente aquilo que espera que eles alcancem.

Além de experimentar as mesmas conquistas que pretende que seus coachees alcancem, um coach terá como desafio ser exemplo em seu percurso histórico na busca de seus estados desejados em cada situação. Desenvolvendo um estilo de vida com foco na solução. Em vez de ficar se lamentando em realizar arqueologia de seu estado atual, deverá ser uma pessoa focada em metas, fazendo para si as mesmas perguntas que faz aos coachees, tendo sempre uma atitude de protagonista da própria história de vida. Como diz Cruz “...você pode e deve se tornar líder de si mesmo, coach de você mesmo ... você é convidado a ser coach e a ser coachee ...”[6]

O que é possível deduzir de tudo isso é que coaching tanto é estratégia de atendimento, quanto filosofia e estilo de vida. Não há como realizar coaching sem ser continuamente coachee de si mesmo praticando a cada dia um autocoaching.[7]

Bibliografia
BURTON, Kate. Coaching com PNL para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012.
CRUZ, Ana. “Coaching como filosofia d vida: uma ferramenta poderosa” in MARQUES, José Roberto (coordenador editorial). O poder do coaching – ferramentas, foco e resultados: aprenda com especialistas a despertar o potencial infinito do ser humano. Goiânia: IBC, 2013, pgs. 35-44.
DRUMMOND, Joceli et alli. Coaching com psicodrama – potencializando indivíduos e organizações. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
MARQUES, José Roberto. Leader coach – coaching como filosofia de liderança. São Paulo: Ser Mais, 2013.
PACHECO, Luciano. Autocoaching – seja dono do seu destino. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012.

[1] Apud Marques, 2013, p. 155.
[2] Marques, 2013, p. 155 (destaques em itálico do próprio autor).
[3] Apud Burton, 2012, p. 11.
[4] Id. Ib. (destaques em itálico do próprio autor).
[5] Drummond et ali, 2012, p. 16 (destaques em itálico do próprio autor).
[6] Cruz, 2013, p. 38.
[7] Pacheco, 2012.

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