O filme Guerra é Guerra é uma comédia daquelas a que você pode assistir 20 vezes sem enjoar. É a história de dois amigos e uma garota que se envolvem em um triângulo amoroso. Em uma das cenas, os personagens Lauren e FDR bebem cerveja, comem pizza e conversam.


A empresária diz para o agente da CIA que o relacionamento mais recente que teve foi um erro. E ele respondeu: “Eu não acredito em erros. São os erros que nos tornam quem somos. Te trouxeram até aqui, não é mesmo?”. O mundo seria outro se todos pensassem assim.

Em uma entrevista antes da Copa do Mundo de 2014, o atacante Neymar afirmou que aprendemos muito mais com as derrotas do que com as vitórias. Mal sabia ele que, pouco tempo depois, a Seleção cairia por 7 a 1 diante da Alemanha.

É interessante saber que o atleta já pensava assim antes do desastre. Agora, essa cicatriz poderá ser uma parte da fórmula que vai construir uma equipe campeã, como diz o jornalista Paulo Vinícius Coelho. Para os céticos, no entanto, isso tudo é um monte de besteira.

As pessoas são muito imediatistas. Cometem erros e, em vez de fazer uma reflexão para aprender com eles, transferem a culpa. Jogam a batata quente para sócios, colegas, parentes e Deus. Interessante observar como a memória é curta quando conveniente.

Outra visão bacana é a do empresário Jason Fried. Ele questiona uma afirmação comum na literatura de mundo corporativo. Trata-se daquela que diz: “Erre muito”. Para ele, errar não pode ser uma dica. Acredita que devemos aprender com os acertos.

Concordo que fazer do equívoco um conselho é estranho. Agora, se cometer é inevitável, por que não tirar uma lição disso? Mas Fried está correto ao fazer o alerta. Devemos nos focar também nas vitórias. As pessoas às vezes se esquecem do que fizeram de bom.

No coaching, por exemplo, tem uma pergunta que o profissional faz para o cliente durante a sessão e que está relacionada com isso. “O que você já fez no passado e que pode fazer de novo? Algo que, se você fizer, vai te aproximar da sua meta?”.

Com relativa frequência a pessoa percebe que tinha as ferramentas necessárias para alcançar o objetivo. Uma ação testada e aprovada, mas da qual nem se lembrava. Temos que ter respeito pela nossa própria história. Todos nós temos feitos relevantes.

Por fim, penso que vitórias e derrotas dependem de interpretação. A gente nunca sabe pelo que o outro passou. Vi dia desses uma imagem curiosa. Um barco com um homem se aproxima de uma pequena ilha, com outro cidadão isolado. Um diz: “Oba, uma ilha!”. O outro afirma: “Oba, um barco!”.


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