No momento que iniciamos um ciclo de coaching com um cliente sempre ficamos ansiosos em saber: qual a meta dele? O que ele quer a curto prazo e a longo prazo? Por que ele procurou um coach? Realmente isso é o ponto de partida para qualquer processo deste tipo e servirá como referência para todas as sessões, porém jamais podemos nos esquecer que por trás de uma meta existe um ser humano com fragilidades, com família, colegas de trabalho problemáticos e uma rotina turbulenta.

Se o coach não levar isso em consideração e focar simplesmente na meta, os resultados podem ser trágicos para o dia a dia do coachee.

Abaixo listo exemplos de situações que vivi em sessões e que servem como termômetro para identificarmos pontos que precisam ser equilibrados na vida do cliente em paralelo à busca pela meta:

1) Quando aplicamos a ferramenta GROW é certo que o coachee irá deixar transparecer todas as crenças que possui. Crenças não trabalhadas viram barreiras perigosas para o processo, sendo assim é uma boa prática quebrá-las já nas próximas sessões e deixar claro para o cliente o que ele está deixando de ganhar com esse tipo de pensamento;

2) Na ferramenta Roda da Vida seguramente o coachee deverá dar notas não tão altas para algumas áreas e ao mesmo tempo fornecer indicadores que as mesmas não estão ligadas à meta. Se seguirmos à risca o processo, não deveríamos nos preocupar com elas. Porém essas áreas podem estar sugando tempo do coachee e comprometendo sua rotina. Como coaches não podemos induzir o cliente a colocar esses temas no plano de ação, mas devemos tomar nota e monitorar nas próximas sessões;

3) Na ferramenta Perdas e Ganhos o coachee normalmente indica que as perdas atuais e futuras não são impactantes, mas seguramente são fatores que o preocupam pois caso contrário ele não listaria. Assim como no parágrafo acima, não devemos induzi-lo a colocar no plano de ação da semana, mas devemos monitorar esses itens nas próximas sessões visando uma futura ação de contenção ou prevenção.
Poderíamos listar inúmeros fatores críticos que o coachee levanta sobre sua vida, porém isso irá variar de processo a processo.

Em cima de todos esses fatos e evidências fica muito claro que o ponto de apoio de um coach é sim a meta do coachee, mas o monitoramento dos pontos de desequilíbrio é um trabalho árduo que nós devemos executar em paralelo e, no momento certo e hora certa, colocar na mesa com muito embasamento e perguntas investigativas para que o cliente tenha informações e apoio para tomar uma decisão cirúrgica e assertiva.



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