Não é novidade que os níveis de inteligência emocional de um líder causam impacto significante nos resultados próprios, da equipe e da organização. Por isso, a autoconsciência é o tema de hoje.


Segundo Daniel Goleman, famoso autor do livro “Inteligência Emocional e Foco”, autoconsciência significa uma compreensão profunda das próprias emoções, forças, fraquezas, necessidades e impulsos, e é entendida como o primeiro componente da inteligência emocional.


"...o que faz sentido quando se pensa que o Oráculo de Delfos deu o conselho 'conhece-te a ti mesmo' milhares de anos atrás", afirma Goleman em um artigo publicado em uma revista americana.


Pessoas com bom nível de autoconsciência tendem a não ser críticas demais e nem surrealmente esperançosas, e são honestas consigo e com outros, pois reconhecem como seus sentimentos afetam a elas, as outras pessoas e seu desempenho profissional.


Por exemplo, ao negociar o fechamento de um contrato com um cliente criterioso, uma pessoa autoconsciente entenderá o impacto que as exigências triviais do cliente podem causar ao seu humor. Assim, pode controlar seus impulsos, se antecipar nos esclarecimentos e conduzir o diálogo para um caminho mais produtivo para ambos.


A autoconsciência também se manifesta pela compreensão que uma pessoa tem de seus próprios valores e metas - ela sabe para onde está indo e porquê. Desse modo, se sou autoconsciente e tenho como objetivo construir meu próprio negócio, serei capaz de ser firme ao rejeitar uma proposta de emprego financeiramente tentadora, mas que não se enquadra em meus princípios ou objetivos de longo prazo.


Do lado contrário, uma pessoa sem autoconsciência tende a tomar decisões que trazem agitação interior pois passam por cima de valores arraigados. Você já viu alguém tomar (ou já tomou) decisões que não estavam de acordo com seus valores ou metas? Provavelmente o resultado disso foi ansiedade/inquietação.


As decisões das pessoas autoconscientes se harmonizam com seus valores, e com isso quase sempre acham um trabalho que as estimule.


Duas características para detectar a autoconsciência são:


- Franqueza, uma capacidade de se autoavaliar realisticamente;


- Capacidade de falar com precisão e abertamente (sem efusão ou tom confessional) sobre suas emoções e o impacto que exercem em seu trabalho.


Essas características às vezes se revelam no processo de contratação: 


"Peça a um candidato que descreva uma situação em que foi dominado por seus sentimentos e fez algo em que mais tarde se arrependeu. Candidatos autoconscientes serão francos em admitir um fracasso, e com frequência contarão suas histórias com um sorriso. Uma das características da autoconsciência é um senso de humor autodepreciativo", afirma Daniel Goleman.


Pessoas com autoconsciência elevada também conhecem suas forças e limitações, se sentem à vontade ao falar sobre elas, e, com frequência, têm avidez pela crítica construtiva. São reconhecidas pela autoconfiança que apresentam - pois têm compreensão firme de suas capacidades - e são humildes para assumir quando precisarão de ajuda. "...os riscos que correm são calculados. Não aceitarão um desafio que sabem que não podem realizar sozinhas. Elas agirão conforme suas forças", revela Goleman.


Exercer liderança não é tarefa fácil, mas é possível desenvolver habilidades que farão de nós profissionais mais eficazes. A autoconsciência é uma delas.




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