Escrito por Sulivan França - 09 de Abril de 2014
"Você é uma solução à procura de um problema", disse eu. (Nosso relacionamento havia muito que passara da necessidade de trocarmos socos com o outro.) "O seu modelo é excelente. Seus livros foram publicados, e você recebeu reconhecimento nacional", continuei eu. "O problema é que ele não se encaixa em um relacionamento de ajuda voltado para o cliente. Continue com as palestras, livros e vendendo as suas ferramentas. Você ficará mais feliz, ganhará mais dinheiro e não ferrará mais nenhum cliente de coaching!"

Essa conversa com meu bem-publicado amigo ilustra a dinâmica do meu segundo fator de descarrilamento de coaching. Aqui estão mais algumas implicações.

Da perspectiva do consultor. O aconselhamento de carreira eficaz envolve um relacionamento de ajuda. A moeda corrente da área em qualquer relacionamento de ajuda é a empatia, uma abordagem sem julgamentos, e exploração mútua e diagnóstico. A adesão dogmática a um único modelo ou a um processo centrado no consultor arruinará um relacionamento autêntico de coaching. Atualmente tenho três clientes ativos de coaching. Todos os três estão seguindo rumos diferentes e exigem abordagens específicas. Em um caso, a cliente está envolvida em uma exploração séria de suas opções de carreira.

Ela não tem certeza de estar na função ou organização certa. Meus esforços de têm envolvido o uso de instrumentos de medição de atitude, atividades de planejamento de carreira e de vida e um processo de avaliação de aptidões e realidade. O segundo cliente está trabalhando em suas aptidões de apresentação e assertividade, e o meu aconselhamento tem envolvido feedback focado e esforços de ensaios comportamentais. O terceiro cliente tem boa chance de se tornar CEO de sua organização, e atualmente estamos trabalhando em formas para ele ganhar mais visibilidade e credibilidade junto ao conselho. Todos esses três esforços são a culminação de uma grande dose de escuta, exploração mútua e criação de confiança; Se, como o meu amigo, eu tivesse chegado e apresentado uma abordagem, eu poderia ter-me sentido bem em relação a mim mesmo, mas a necessidade do cliente não teria emergido, e eu teria fracassado.

Da perspectiva do cliente. Cuidado com coaches que lhe queiram vender um processo único ou a solução deles para o seu problema. Um coach eficaz será um excelente ouvinte, muito mais interessado em suas idéias, na sua definição do que seria útil e nas suas esperanças, sonhos e aspirações do que no modelo ou processo dele. Atenção com os coaches que usam modelos e metáforas de esportes. O aconselhamento atlético é um gênero totalmente diferente do aconselhamento de carreira nas organizações. Os treinadores esportivos são especialistas em conteúdo: eles conhecem o jogo e as aptidões necessárias para otimizar a performance do jogador no jogo. Os coaches organizacionais não são especialistas em conteúdo: eles são especialistas em processo.

Eles não conhecem o seu produto ou serviço. Você os contrata para ajudá-lo a crescer e a se desenvolver; contudo, você define crescimento e desenvolvimento. Os treinadores esportivos são parte do sistema; seu resultado final é vencer; eles são pagos pelo sistema e demitidos se não conseguirem o número necessário de vitórias. Os coaches organizacionais estão fora do sistema. Eles são contratados por você para ajudar você a decidir o que vencer significa para você.

De uma perspectiva filosófica. A ajuda é definida pela pessoa que está recebendo a ajuda, não pela pessoa que a esta dando. O coaching verdadeiro é um relacionamento de ajuda e, como todos os relacionamentos de ajuda, exige reciprocidade, abertura e foco no cliente como um indivíduo único. Artifícios, adesão dogmática a uma técnica e intervenções que corroboram a hipótese do consultor solapam o coaching autêntico.

Marshall Goldsmith em Coaching: o exercício da liderança, editora Campus, 2003.
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