O diretor James Cameron esperou mais de uma década para lançar o filme “Avatar”. Isso porque ele acreditava que a tecnologia disponível na época em que teve a ideia não era suficiente para fazer o trabalho como ele queria.

A paciência teve resultado: “Avatar” é a maior bilheteria da história do cinema. Sabe quem está em segundo? Titanic, também do diretor James Cameron. A qualidade que ele consegue colocar nos trabalhos que coordena realmente serve de referência.

Lembro-me de quando fui assistir a Titanic no cinema. A fila era gigantesca. A expectativa do público era imensa. Mais tarde, na entrega do Oscar, o mundo parou em frente à televisão para torcer para que o longa ganhasse várias estatuetas.

Numa entrevista que deu para o Jô, o jornalista Fernando Jorge disse que “é o tempo que transforma os carvões em diamantes”. Um projeto bacana precisa amadurecer. Pessoas ao redor vão cobrar por resultados rápidos e vão ridicularizar a “lentidão”.

É preciso se manter firme em relação ao seu objetivo. Evitar desistir por causa da pressão da sociedade é fundamental. Precisamos fazer com que as palavras força, foco e fé não sejam apenas hashtags vazias. Elas devem fazer parte do nosso cotidiano.

Matthew Quick é o autor do livro que deu origem ao filme “O lado bom da vida”. Aos 30 anos, ele decidiu largar tudo para buscar inspiração para escrever. Durante o período, foi motivo de chacotas por ter que ser sustentado pela esposa.

Em entrevista para a revista Época, Quick relatou a experiência: “Amigos e familiares achavam que eu estava louco. Como poderia me arriscar dessa forma? Vinha de uma família pragmática, e literatura não fazia parte da lista de desejos de meus pais”.

O autor completou: “Contei com Alicia, que tem uma cabeça mais livre que a minha. Ela me ajudou a tentar outra vida. Até porque precisávamos salvar nosso relacionamento. Passei três anos vivendo do dinheiro de Alicia, zombado por todo mundo”.

O maior problema de pessoas que não têm paciência é um erro de cálculo grave. Esperar três ou dez anos para que algo aconteça pode até ser difícil, o que não se observa é que os três ou os dez anos vão passar de qualquer forma.

O tempo passou para Quick e para Cameron. A diferença é que já estavam nos trilhos corretos. Suponho que as pessoas que zombaram do escritor em questão não sejam hoje best-sellers como ele. E muito menos tiveram uma história filmada por Hollywood.



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