Que estamos cada vez mais ansiosos, não restam dúvidas. A questão é termos a percepção da evolução dessa ansiedade em cada um de nós, para buscarmos um equilíbrio e evitarmos transtornos emocionais e mentais como consequências. E mais, a consciência de como estamos trabalhando essa ansiedade em nossos filhos!

Vivemos numa era onde a informação se faz presente a todo instante, vinda de diversos lados. São milhares e milhares de dados que se juntam em nossas mentes. Mas seriam todos eles necessários? O que fazer com tanta informação? Em que momento estancar esse processo, se é que devemos fazê-lo? Você conhece alguém que sabe um pouco de tudo o que está acontecendo, de cada nova notícia?

Passei o final de semana lendo mais um livro do Augusto Cury: “Ansiedade, como enfrentar o mal do século”. E fiz uma série de reflexões em relação à forma como tenho lidado com essa necessidade constante de produzir mais, em relação aos vários tipos comportamentais que me cercam e, de maneira muito especial, em relação à nova forma de criarmos nossos filhos.

Quem não quer dar aos seus filhos as oportunidades que não teve? Quem não projeta em seus filhos um futuro brilhante e cheio de sucesso? Mas o que temos oferecido a eles? Aula de música, teatro, esporte, coaching, língua estrangeira, reforço escolar e mais isso e aquilo. E quando lhes sobra tempo, pelo reconhecimento a todo o esforço e ao bom desempenho em tudo isso, lhes brindamos com o smartphone, o computador, o vídeo game, a tv….. Será que estamos realmente formando futuros homens e mulheres bem sucedidos? Em que momento trabalhamos suas emoções, seus sentimentos, o respeito ao próximo, as regras de convivência, o equilíbrio, o bem estar, a espiritualidade e o sossego da mente?

Diz o livro, que esses mini-gênios quando chegam a adolescência se transformam. E tornam-se adolescentes insatisfeitos, impacientes, com sua autoestima prejudicada. Nossos promissores heróis vão se tornando adultos ansiosos e com sérios problemas de relacionamento intra e interpessoal. Até porque informação quando não introjetada e trabalhada é apenas informação, não se torna conhecimento. Prova disso é que pessoas que sabem de tudo, como falamos no início deste texto, costumam apresentar dificuldades em habilidades de execução e foco.

É hora de acordarmos e percebermos o quanto a nossa efetiva participação é importante na vida de nossos filhos; o quanto se faz necessário um alinhamento com a escola para que haja completude na tarefa de educar. É o momento de sabermos escolher o que realmente pode acrescentar na vida dessas crianças, cuja responsabilidade de tornarem-se cidadãos e adultos felizes é muito nossa! Temos que dar a eles a chance de experimentar conflitos, decepções, vitórias e derrotas, para que consigam desenvolver a empatia, a resiliência, a gratidão, o respeito a si mesmo e ao outro. E para que saibam valorizar cada momento e cada coisa que recebem ou conquistam, pois quem não sabe o que é receber um não, dificilmente valoriza o sim.



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