No início dos anos 1980, Goldratt e Fox publicaram o livro “The Goal”[1], que trouxe a ideia da Teoria das Restrições (TOC)[2], consagrando o foco no gargalo ou “bottleneck”. Em outras palavras, em todo o processo a limitação para se alcançar os objetivos está contida em poucas restrições ou gargalos. Um exemplo clássico do livro refere-se a um grupo de escoteiros onde um membro com excesso de peso atrasa o andamento de todo grupo. Isso se dá porque o grupo só anda se todos seus integrantes andarem e, dessa forma, enquanto o escoteiro mais lento não atingir o final da jornada, o grupo todo não atinge. 

Esse membro é o gargalo e as ações corretivas serão voltadas para minimizar ou eliminar aquela restrição. Uma redistribuição de peso entre todos os escoteiros, considerando a capacidade de cada um, resolverá o problema de coesão e a meta será atingida. Goldratt e Fox dizem que “a corrente não é mais forte que seu elo mais fraco.” O conceito trazido pela TOC pode ser aplicado com facilidade nos processos industriais, mas também em qualquer empresa de qualquer setor. É imediata a compreensão de que os processos são a interação de suas partes e da construção conjunta resultando no produto final, seja ele qual for. Pode ser aplicado na vida pessoal também? Sim!

O Coaching apoiando a eliminação dos gargalos

Com um extenso conjunto de ferramentas, o Coach auxiliará, de forma eficaz, ao Coachee atingir suas metas. Para tanto, os gargalos serão visitados, colocados em pauta e o próprio Coachee será capaz de eliminar suas restrições com ações que ele sabe ser capaz de fazer. O Coachee pode não enxergar os gargalos escondidos em pontos-cegos, mas o Coach tem instrumentos para apoiar o Coachee na tomada de consciência daquilo que o limita e, ainda, de como eliminar o problema com ações factíveis.

O processo de Coaching se dá ao longo de dez sessões objetivas e focadas na meta a ser atingida. Os pontos cegos passam a ser visíveis ampliando a visão do todo. O inimigo deixa de ser invisível e perde sua força. O conjunto de ferramentas e a habilidade do Coach em escolher as adequadas para cada momento do Coachee, possibilitarão a elaboração de planos de ações imediatas e de médio e longo prazos focados no objetivo maior do Coachee. Não é raro ficar diante de visões novas sobre si mesmo sendo que esse processo de descoberta trará novas estratégias para o Coachee lidar com ele mesmo. Onde estão os gargalos? Eles dependem do Coachee ou não? Como fazer para superá-los e, assim, atingir ao objetivo proposto? O Coaching dará todo o suporte necessário para o Coachee além de responder a essas perguntas, reordenar sua visão sobre suas convicções, planejar ações e alcançar resultados.

Até onde o Coaching pode apoiar o Coachee? O Coaching pode ir até onde seus sonhos podem chegar. Pode, inclusive, lhe dar a nítida clareza se suas metas são factíveis ou não.

Como se conclui, o Coaching pode ser usado para apoiar o Coachee a buscar as soluções e ações para quaisquer objetivos em sua vida. Sua amplitude e eficácia são tão abrangentes que podem, ainda, ajudar na definição clara desses objetivos.


[1] GOLDRATT, Eliyahu M; COX, Jeff. The goal: a process of ongoing improvement. [Croton-on-Hudson, NY]: North River Press, 1986. No Brasil: GOLDRATT, Eliyahu; COX, Jeff. A Meta. ed. amp. São Paulo: Educator, 1993. 385p.

[2] A sigla TOC vem de “Theory of Constraints” ou Teoria das Restrições.



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