Escrito por Sulivan França - 15 de Janeiro de 2014

As adaptações do segundo estágio são frequentemente consideradas as menos agradáveis, por seu forte impacto sobre os relacionamentos.

Enquanto as adaptações do primeiro estágio são vistas como desequilibradas, costuma-se dizer que as do segundo estágio são absolutamente rudes e ofensivas.

Quando se trata de um adolescente, pode-se ver tais manifestações com um certo grau de tolerância (e certamente essas adaptações serão encontradas em um grupo jovem), mas é muito difícil aceitá-las por parte de um adulto.

No processo de coaching, a melhor maneira de apoiar o crescimento e o desenvolvimento do coachee, com a evolução das adaptações do segundo estágio para outras mais saudáveis, é bastante simples.

No caso da agressividade passiva, por exemplo, como o principal problema está na pouca valorização do relacionamento e da influência das atitudes de um sobre o outro, é aí que se situa a solução: abandonar esse nível de consciência, deixando que o estágio seguinte venha à tona. A mudança do pensamento do tipo “como se” para o “e se? ” (operacional concreto para operacional formal) acontece assim que o indivíduo começa a, cada vez mais, levar em consideração pontos de vista alternativos.

A importância da empatia

A capacidade de colocar-se no lugar do outro ajuda o indivíduo a perceber o impacto de seus atos. Assim, quando estiver a ponto de tomar uma decisão que possa ter consequências negativas, ele vai pensar: “e se.…? ”. As adaptações do segundo estágio não podem ser consideradas saudáveis em condições adultas normais; ainda assim, são preferíveis às do primeiro estágio.

É importante que o coach lembre-se de que as pessoas evoluem e se desenvolvem no decorrer da vida, sempre fazendo adaptações.

Não é uma questão de bom ou mau, mas de adequação. Se o indivíduo deseja melhorar seus relacionamentos, mas não assume os próprios sentimentos e pensamentos, vendo-os fora de si (projeção), é sinal de que essa área precisa de coaching – não somente para alterar o tom de voz ou a abordagem física, mas algo mais profundo. Ele precisa dar um salto de consciência, abandonando as adaptações do nível anterior. Para isso, o apoio do coach é necessário, levando-o a refletir sobre o próprio comportamento – uso de drogas, omissões, atrasos, etc. – e sobre como é parcialmente responsável pelas reações de outra pessoa.

Se colocando no lugar do outro

Assim, estará aumentando o nível de consciência em relação ao que faz e às consequências de seus atos, e aprendendo a colocar-se no lugar do outro. Sob outro aspecto, este é um estágio de adaptação interessante para o coach.

Essas adaptações são comuns em adultos, e vale a pena procurar alguns traços delas em nós mesmos, já que, embora não estejamos no segundo estágio, tais manifestações podem surgir de vez em quando.

Para resumir, ainda que o indivíduo esteja operando as adaptações do terceiro estágio, o self às vezes regride para o segundo, pois ainda tem acesso aos estágios que deram algum resultado nos anos anteriores. Isto pode acontecer sob circunstâncias estressantes, por exemplo, ou em situações de cansaço, fome, etc.

Quando o coach encontra um coachee que emprega predominantemente essas adaptações, pode-se dizer que está diante de um desafio, pois elas não são compatíveis com as atitudes de um adulto.

O coaching integral

Esta é a parte mais difícil, em especial quando se considera o fato de que um pré-requisito para o coaching integral é que o coach goste do coachee.

Com uma das mãos, tiro o chapéu para aqueles coaches com alto nível de bondade, tolerância e benevolência, e com a outra, aponto para o material de leitura. Acredito que, depois de compreender os trabalhos de Vaillant e Carl Rogers, o coach fica capacitado a apreciar as melhores maneiras de levar o coachee a avançar, deixando para trás esse estado desagradável.


Esse texto possui informações extraídas do livro "Coaching Integral: além do desenvolvimento pessoal" de Martin Shervington, editora Qualitymark, 2006

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