“Você não sabe o quanto eu caminhei
Pra chegar até aqui
Percorri milhas e milhas antes de dormir
Eu não cochilei
Os mais belos montes escalei
Nas noites escuras de frio chorei.”

Esse é um trecho da música “Estrada”, da banda Cidade Negra. O que me chama atenção nestes versos é que me remetem exatamente à nossa trajetória de vida: aos altos e baixos, às derrotas e sucessos, que ao longo da vida enfrentamos.

Quando falamos de carreira profissional, é necessário percorrer milhas e milhas, passar pelas derrotas para chegar ao sucesso. É certo que, em alguns momentos, surgem alguns atalhos que podem encantar por representar um caminho curto para alcançar o que tanto queremos, quer seja uma promoção, uma visibilidade ou uma oportunidade. Mas... profissional, cuidado! Encurtar uma trajetória pode ser danoso a curto, médio ou longo prazo, e digo isso especialmente aos jovens, que parecem ter muita pressa de chegar a um nível ‘sênior’ nas empresas.

Os jovens ‘trainees’ chegam às empresas, geralmente, com muita garra e boas ideias, aquela vontade de fazer acontecer, de colocar a “mão na massa”. Tais atitudes os levam, normalmente, a alcançarem promoções na empresa. 

Entendam, pois não estou aqui querendo dizer se é certa ou errada tal decisão da empresa. Na verdade, na maioria das vezes, é necessário, sim, que a promoção aconteça. A questão é que esta rápida conquista de um cargo mais elevado, em alguns casos, causa uma euforia e ansiedade de chegar ao próximo nível, e quando ela não acontece da mesma maneira célere como anteriormente, o jovem profissional desacelera. 

Esta desaceleração deveria acontecer ao esperar que as coisas aconteçam gradativamente, com o mesmo empenho, dedicação, vontade e atitude. Mas, ao invés disso, há uma desaceleração de interesse por diversos acontecimentos, ou por outros motivos, como pelo conhecimento do produto, do serviço, da empresa. Neste ponto, começa-se a vislumbrar outras oportunidades, começa-se a querer trilhar uma outra trajetória.

Neste momento, calma! O que fazer? Costumo dizer, para seguir o que chamo de ROQ (Relembre, Observe, Questione), sigla criada por mim para impulsioná-lo a continuar com o mesmo engajamento (claro, se acredita estar no caminho certo), mesmo a coisa não acontecendo no “seu” tempo.

As três dicas que dou para quando você se encontrar nesta situação são:


1º Relembre a sua trajetória: antes de chegar a ingressar na empresa até a conquista da vaga ou da promoção.

2º Observe quem são as pessoas na empresa que ocupam os cargos de nível mais elevado: quantos anos têm? Como foi a trajetória dessas pessoas até alcançar esse cargo na empresa? Se possível, converse com elas informalmente, para saber um pouco mais sobre a sua história de vida. Isso te fará bem, jovem!

3º Questione-se, de maneira muito honesta, se você tem as competências necessárias para subir um nível a mais. Lembre-se de que é preciso trilhar a sua história profissional acumulando experiência, vivência, derrotas, sucessos, que serão únicas na sua vida.

Não se esqueça, jovem profissional, de que no atual cenário corporativo, carreira é uma questão de responsabilidade individual.


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