Tarefa difícil essa a de escrever sobre um assunto já tão discutido. Mas como é também muito mal resolvido, meu impulso em multiplicar a forma como lido com essa questão, é gigantesca! A demanda motivacional ainda é grande, recebo solicitações de palestras sobre esse tema com certa frequência. Minha abordagem vai além dos estímulos que fazem a audiência sair animada. Animação acaba. A motivação não pode acabar, deve ser renovada. Ela é a força motriz que sustenta nossa atitude. Para isso, abordo aquilo que fez e faz efeito em mim e em meus clientes. Efeito duradouro. Com manutenção sob nosso total controle. 
Convido-os então a mergulhar nesse mar onde existe um grande iceberg. Sim, um iceberg na qual sua parte visível chamaremos de motivação. Mas sabemos que a sustentação dessa parte visível, é uma estrutura que permanece submersa, e portanto, não visível. O que sustenta a motivação são 5 estruturas básicas:

1) Visão, missão, propósito: viver sem saber porquê, talvez seja o motivo de maior desmotivação da humanidade. E viver sabendo o porquê, porém percorrendo um caminho que não nos levará e esse propósito maior, também afeta fortemente nossa motivação mais profunda. São muito, muito comuns ambas as situações. Nossa existência precisa ter um propósito, e ter em mente o que queremos alcançar a curto, médio e longo prazo fará toda a diferença. Esse propósito maior é o que nos colocará em ação assertiva, que nos estimulará a agir sempre, e a tomar decisões. É o princípio básico: o que te move? O que quer alcançar?

2) Forças Humanas: são as elas (corpo, mente, energia) que nos movem e nos fazem ser os seres humanos que somos. Para cada uma dessas três forças, existem necessidades específicas para que elas estejam em equilíbrio. Só esse item gera conteúdo para uma palestra completa. Mas para ajudá-los de forma rápida, 3 dicas (das mais de 20 que passo na palestra): buscar o equilíbrio físico através de um corpo saudável; buscar o equilíbrio mental através de pensamentos, emoções e atitudes assertivas; e por último, buscar o equilíbrio energético mantendo o foco e policiando nossos geradores energéticos (pensamentos, palavras, ações, vontades, sentimentos).

3) Padrão mental: outro tema complexo. Vamos trocar em miúdos: o padrão mental é único, individual, e formado por nossas crenças fortalecedoras, crenças limitantes e nossos valores, e esse conjunto nos faz dar significado a tudo que acontece dentro e fora de nós. O significado portanto, varia conforme a individualidade. Em uma mesma empresa percebemos reações diferentes para uma mesma decisão vinda da liderança. Horas adicionais de trabalho, por exemplo, pode ser vista como oportunidade de ganhar mais, ou de auxiliar mais, ou de se cansar mais, ou de se afastar mais da família. Depende do padrão mental que irá interpretar a situação. E sim, esse padrão altera seu nível de motivação, já que a interpretação gera efeitos internos (sentimentos e emoções) e externos (atitudes e reações).

4) Ação planejada: para colhermos maçã, precisamos plantar a maçã. Esperá-la nascer espontaneamente não trará resultado e dificilmente nos animaremos com isso, não é? Mas e se cansarmos de comer maçã e desejarmos comer pêssegos? Não é óbvio que deveremos mudar a estratégia e começarmos a plantar pêssegos? É óbvio, mas no dia a dia não é raro encontrarmos desejos e nenhuma ação que nos aproxime desses desejos. Encontramos também o desejo de mudança, mas atitudes repetitivas que geram os mesmos resultados. Isso porque, aquilo que pode parecer fácil, como no caso da maçã e do pêssego, pode não ser tão fácil assim quando falamos de atitudes profissionais, sociais, familiares... Aqui, nossos padrões mentais, nossa autossabotagem, nossos medos e inseguranças, interferem na nossa ação que poderia ser óbvia. Mas existe sempre uma solução. Cada um deve encontrar a sua: terapia, treinamentos comportamentais, coaching, meditação... Enfim... Busque o meio mais apropriado para que você desenvolva recursos internos. Sabendo que o coaching é o caminho que te coloca sempre em ação focada em solução.

5) Inteligência emocional: um complemento do item anterior. Que está ligada ao primeiro. Ahhhh fechamos o ciclo, não é? Sim, desenvolver inteligência emocional é adquirir ou ampliar recursos internos (como resiliência, flexibilidade, determinação, etc) que nos auxiliam a lidar com as contrariedades, com aquilo que não depende totalmente de nós. Quem melhor lida com situações desconfortáveis, tem mais espaço. Motivador, não é?

Estas são as bases que sustentam a ponta do iceberg. E que ficam submersas, pouco visíveis. Sobre isso falo detalhadamente em minhas palestras, mas espero que este texto seja uma maneira de multiplicar essa consciência de forma a atingir mais pessoas. E quebrar o paradigma da motivação como sendo algo que depende tanto de fatores externos. O segredo está em trazer o controle para nossas mãos. Ahhh o controle... Mantê-lo em nossas mãos é o caminho mais assertivo para nutrir a motivação sempre! Esperar que alguém nos faça algo para que a motivação aconteça, é "terceirizar" o controle. Essa seria uma escolha mais cômoda, e por isso acontece com frequência, mas é uma escolha de gera apenas frustração, desmotivação e pouco engajamento nas empresas. Já existem fatores externos que não dependem de nossa vontade, pra que aumentar essa lista?
Traga o controle para suas mãos e dê foco para a solução! Sempre! Nada, nem ninguém tirará sua motivação!


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