Dias atrás estava discutindo com um amigo sobre talentos e aptidões de se fazer determinada coisa ou exercer uma determinada profissão, e me veio na cabeça a imagem de várias entrevistas e documentários que assisti sobre grandes profissionais e artistas. Nesses programas sempre surge a seguinte pergunta: "O que você fez para ser tão bom? Você é um gênio nisso!".

Essa pergunta não tem nada demais. O que mais me intrigou naquele momento é que a resposta para essa pergunta é sempre a mesma: "Eu amo o que eu faço. Eu durmo pensando nisso. Acordo com prazer pois sei que vou levantar e fazer o que eu amo."

Fiquei vários minutos pensando nessa resposta e imediatamente me veio à mente as inúmeras vezes que ouvi ou li frases do tipo: "Faça o que você ama e nunca precisará trabalhar um dia se quer", ou até "A única forma de se tornar o melhor no que se faz e fazer o que se ama".

Por toda a história da humanidade vemos que as grandes obras foram feitas por pessoas que tinham paixão pelo que faziam. Leonardo Da Vinci não fez o que fez por obrigação. Van Gogh não pintava para pagar as suas contas. Bethoveen não compunha suas músicas para ficar rico. Todos eles faziam o que faziam pela paixão que tinham por suas profissões e pelo legado que queriam deixar para as próximas gerações.

Essas pessoas deixaram uma contribuição para sua era e pelas eras que viriam em seguida; através de sua paixão e dedicação em investir grande parte de suas vidas em fazer algo que amavam, coisas que fizeram a diferença na vida de outras pessoas ou que deixaram marcas por séculos. Obras que proporcionaram a seus construtores o título de “gênios”.

Desde então venho me perguntando: Dentro deste contexto, qual a definição de genialidade? Algumas definições fazem referências a pessoas com grande capacidade mental, ou com talentos intelectuais ou artísticos invulgares.

Sempre ouvimos dizer que cada ser humano é único e dotado de competências e habilidades específicas, de acordo com sua natureza, e que essas podem ser desenvolvidas afim de serem aproveitadas para a realização de um trabalho específico.

Sendo assim, fica um pouco difícil criar parâmetros para caracterizar uma pessoa como alguém “genial”, se não por suas obras. Então pergunto a você, que está lendo este artigo: Qual a sua paixão? O que você realiza hoje faz você acordar disposto e ansioso para mais um dia de vida? Se hoje você trabalhasse no que você realmente ama, não teria a motivação necessária para fazer o melhor trabalho possível, não pelo dinheiro e nem pelo status, mas pelo prazer em dar tudo de si para a realização deste trabalho? Este trabalho que você faz e que você ama, este trabalho que você é apaixonado produziria resultados magníficos se você pudesse dedicar generosas horas diárias exclusivamente para ele.

No entanto, muitos ainda estão ocupados trabalhando no que não gostam. Muitos ainda estão preocupados em pagar a parcela do financiamento do carro, ou do curso da faculdade que vai lhes trazer um salário, não uma formação no que são apaixonados, ou em comprar as roupas da moda e ir aos melhores shows e festas. Essas pessoas “ocupadas” não têm tempo de investir em si mesmas e descobrir sua verdadeira paixão, e, quando a descobrem, falta a disposição para largar todas as amarras que as prendem nesse estilo de vida e se dedicarem de corpo e alma para realizar o trabalho que amam.

Talvez a genialidade esteja na coragem de assumir esse sentimento e largar todos os modelos de vida impostos e perseguir esse sonho de sobreviver fazendo o que se ama.

Ou talvez a genialidade já esteja dentro de você, confinada, esperando que você seja corajoso o suficiente para trazê-la à superfície.

O mundo precisa da sua genialidade. A história precisa de novos personagens.

Seja esse novo personagem. Seja esse gênio.



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