Respeito quem não quer estabelecer conexão com desconhecidos em redes sociais. Aliás, essa situação é reforçada por aquele argumento, muito utilizado, de que é um absurdo ter tantos “amigos virtuais” se nós não conseguimos manter relações reais com a maioria deles.

Porém, muito cuidado ao ignorar ou até desdenhar quem tenta te seguir ou ser seu “amigo” só porque você não o conhece pessoalmente. Há um fenômeno, que costumo chamar de miniaudiência, que precisa ser levado em conta para que não se perca grandes oportunidades.

No Twitter, por exemplo, dou tanta importância para o que escreve um grande autor que admiro quanto para o conteúdo produzido por um colega de trabalho ou um ex-aluno. Isso porque eles formaram uma miniaudiência, da qual faço parte.

Sigo pessoas que não conheço pessoalmente quando me interesso pelo perfil. É maravilhoso poder manter conexões, mesmo que num primeiro momento estas sejam apenas virtuais, com indivíduos que você acredita que têm coisas importantes a dizer.

Não quero afirmar que é obrigação adicionar todo mundo. Quem não quer não precisa fazer isso. O que me preocupa é a reação desproporcional. Dia desses, vi um comentário mais ou menos assim: “Se fulano me adiciona e não diz rápido a que veio, eu excluo na mesma hora”.

E se “fulano” estava, na verdade, em busca de um profissional com aquele perfil para uma importante vaga no mercado de trabalho? Acredito que devemos considerar uma honra quando alguém tenta estabelecer conexão conosco, mesmo que a gente não aceite.

Tem outra situação curiosa e engraçada: é quando o indivíduo acha que alguém está apaixonado por ele só porque este olhou seu perfil na Internet algumas vezes. Essas conclusões precipitadas podem levar o navio a se chocar contra o iceberg.

Já indiquei pessoas para trabalhos importantes porque, como parte da audiência delas, pude perceber a qualidade. Além disso, eu mesmo já me beneficiei de oportunidades apontadas por conexões virtuais, que depois viraram grandes amigos e parceiros.

Evite, portanto, reagir com um ‘vem cá, te conheço?’. Às vezes, essa “cultura” ainda vem junto daquele ditado que diz que “santo de casa não faz milagre”. Aí é desdém em dobro. E a reação é de espanto quando o santo de casa faz um milagre que não pode mais ser ignorado.


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