Escrito por Sulivan França - 13 de Janeiro de 2014

Saúde integral

Muitas vezes, pensamos que “o corpo adoeceu”, e em alguns casos é verdade: pode ter havido a invasão de alguns vírus ou o desgaste de um osso. Quando se trata, porém, de Coaching Integral e saúde, vários outros fatores, além do aspecto físico, devem ser levados em conta. Podemos ilustrar esse fato com a afirmação de George Vaillant: “Quando perdemos um ente querido, quem sofre não é a mente, mas o coração. Os sentimentos saltam misteriosamente da cabeça para o corpo”. Essa conexão entre “sentimentos” e saúde tem como base os quadrantes superiores de mente e corpo. A mente, com sua capacidade reflexiva, nos faz experimentar os sentimentos, mas como estes estão localizados no corpo, existe uma resposta no corpo físico.

Coletivo


Estabelecendo a ligação com os quatro quadrantes, o diagrama mostra como, apesar de o “Corpo” físico (com letra maiúscula) ser um “ISTO” de sensações, emoções e sentimentos subjetivos do “corpo”, está, na verdade, no domínio do “EU”. Assim, o “Corpo” é objetivo, enquanto o “corpo” está na mente (uma experiência subjetiva). Esse é um ponto importante para o Coach Integral, porque demonstra a importância da correlação entre mente e corpo/ comportamento. Os dois não são separados; de fato, o “corpo” dos sentidos está incluído na mente. A compreensão desse fato vai integrar a abordagem do coach em determinadas áreas. No que diz respeito à saúde, os sentimentos podem influenciar o bem-estar físico.  

Curando a divisão corpo-mente

No início, era o corpo. Nos primeiros estágios de desenvolvimento, a criança é um conjunto de sensações e emoções básicas. Para os propósitos do Coaching Integral, esse estágio é pré-operacional – os problemas que vêm da infância geralmente não pertencem ao âmbito do coaching, mas “Adaptações”.  Somente depois desse estágio, a mente passa a ser o que é. Como em toda evolução, há um movimento de uma estrutura inicial para outra, mais completa. Esse movimento inclui o que havia antes dele, mas as coisas podem dar errado. Se o estágio anterior não tiver sido superado, como a forte associação com o corpo até os dois anos de idade, o indivíduo reprime esta parte – ele se volta contra ela e, às vezes, interrompe completamente o contato. Nesse caso, a parte reprimida é o aspecto “sentimento” do corpo, o que o separa da mente. O corpo, como frequentemente acontece, torna-se separado e secundário, à parte de sensações, emoções, etc. Isso é muito comum, e encontra-se uma referência a respeito, quando James Joyce disse: “Mr. Duffy vivia a uma curta distância de seu corpo”. A separação corpo/mente ocorre por várias razões. O ego percebe que o inevitável fim do corpo impede sua imortalidade, originando uma defesa muito comum. O ego acredita que pode viver para sempre, mas sabe que o corpo, não. Então, dissocia-se dele. A situação tende a continuar até que ocorra uma de duas possibilidades: o corpo adoece – e precisa ser tratado – ou o indivíduo transcende o nível do ego e vai adiante, ou seja, reintegra corpo e mente. O resultado é uma soma corpo-mente mais completa do que a mente, apenas. O corpo pode ser reintegrado em qualquer estágio do processo e, em alguns casos, nunca se perde. Para que isso aconteça, a linha fisiológica de desenvolvimento deve ser seguida, por meio de uma das muitas práticas disponíveis, como esporte, artes marciais, ioga, etc. Assim, pode ocorrer a incorporação do reino mental. Na verdade, quer se trate ou não da correção da separação mente-corpo, se o indivíduo não incorporar a experiência por meio de atividade física, a aprendizagem será apenas parcial. Para que o indivíduo desenvolva níveis mais altos de capacidade, a união mente-corpo requer mais que apenas a ativação neural da “mente”. Como já vimos, saúde não se restringe a mente e corpo; para uma boa saúde, os outros quadrantes também devem ser considerados. Se o indivíduo se muda para um local onde não existe uma rede de distribuição de alimentos (social-istos), isto pode ter um sério impacto sobre sua saúde, pois ele não terá como comer bem. Em uma situação similar, se alguém passa a fazer parte de um grupo cujos membros são vegetarianos ferrenhos, pode sentir o impacto dessa cultura sobre sua saúde, caso não haja disponível qualquer alimento de origem animal. Portanto, essa restrição cultural tem grande importância. A saúde integral precisa ter como base todos os quatro quadrantes. São importantes, com certeza, as linhas de desenvolvimento – a fisiológica, por exemplo – e o quanto são trabalhadas. O significado de “saúde” pode ser detalhado em níveis cada vez mais avançados de consciência. Para um esportista ou praticamente de ioga, a saúde é, provavelmente, uma experiência muito diferente daquela vivida por um sedentário. Ao abordar a saúde por um ângulo diferente, o indivíduo com adaptações mais maduras fica em posição melhor para lidar com as questões relativas a ela que possam surgir. Ainda que a doença se apresente, esse indivíduo tem melhores condições de se adaptar à situação e prever as consequências, ou reprimi-la até que seja o momento de agir. O humor também é um bom recurso para que as pessoas tenham uma atitude mais positiva diante das dificuldades, além de melhorar corpo e mente. Portanto, a saúde, em parte, depende da doença que entra no corpo – uma infecção viral, por exemplo -, mas isso não é tudo. A doença também desempenha uma função. Se o “self” tem um problema de identidade com a tarefa que executa, o indivíduo pode vir a não se sentir muito bem – essas são as sensações que se incorporam e causam doença.   Martin Shervington, em Coaching Integral: além do desenvolvimento pessoal, editora Qualitymark, 2006. 

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