Uma aluna apresentou a seguinte situação, em um debate na sala de aula: “Uma cliente explicou o caso dela e pediu um determinado produto. Só que eu sabia que usar aquilo não iria funcionar. Porém, também não tinha em mãos o material correto”.

E a estudante prosseguiu, com um questionamento: “Como ela não perguntou a minha opinião e só queria comprar, eu deveria ter efetuado a venda sem falar nada?”. Responder não é o óbvio e foi o que eu fiz. Entretanto, infelizmente, muitos venderiam normalmente.

Respondi para a aluna que vendedor bom é aquele que assume o papel de consultor no segmento em que atua. Isso significa que tem a função de orientar o cliente, mesmo que isso custe perder um negócio específico. Trata-se da construção da credibilidade.

O freguês tem prejuízo de tempo e dinheiro quando compra algo que não serve para aquele fim. E, se ele perceber que o atendente sabia, provavelmente nunca mais comprará dele. A comissão do dia foi garantida, mas o relacionamento de confiança escorreu pelo ralo.

Alguns colaboradores, não satisfeitos em deixar a desejar no atendimento, ainda desdenham o cliente. Conheço empresas em que você precisa pedir “pelo amor de Deus” para ser atendido de maneira minimamente adequada. Isso é realmente espantoso.

No caso de um prestador de serviço, é imprescindível que faça com que o seu projeto seja dele também. Afinal, vai colocar em prática algo essencial para que sua ideia saia do papel. Se ele não acredita no que está a fazer, ou não dá a mínima, o futuro não é muito promissor.

É preciso que encontremos pessoas que lutem pelas nossas causas ao nosso lado, mas penso que é uma busca constante. O mundo está escasso de gente com interesse genuíno. A boa notícia é que um grande parceiro pode vir de onde menos se espera.

Sabe aquela história de “seja eterno enquanto dure”? Pois bem. Gosto de dar início a coisas que podem durar para sempre. Às vezes, por um motivo ou outro, não duram. Mas, pelo menos, o foco inicial era a sustentabilidade. Belas parcerias devem ser assim.

O que não falta é exemplo de gente que pula de negócio em negócio para tapar buracos que fez anteriormente. É um vício que traz uma séria tendência de naufrágio. Como diz Alfredo Rocha, o caminho é ter a cabeça na lua e os pés no chão.

Agir dessa forma não significa eliminar obstáculos. Eles sempre existirão. Agora, enfrentar entraves num trajeto já traçado me parece mais adequado em comparação com se jogar de um precipício diariamente para ver no que dá. Temos que dar uma força para a sorte.


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