Parar e analisar nossos passos de vez em quando pode nos dar a certeza de que o que estamos fazendo está certo e nos fará bem. Todos temos nossos critérios, valores e necessidades, e em tudo temos que ter congruência. Muitas vezes fazemos coisas ou estamos com certas pessoas que nos afastam de nossos princípios e crenças e isso pode nos trazer prejuízo ao invés de benefícios.

Por muito tempo fui orientador dentro de uma igreja católica na zona sul da cidade de São Paulo, onde muitos jovens me procuravam pedindo orientações para sair de algum problema. A maioria das vezes eram problemas amorosos.

Os adolescentes começam a “se apaixonar” no início da adolescência, principalmente na escola, e esse sentimento passa a ditar o ritmo e o estilo das vidas deles. Na maioria das vezes o “amor” não é correspondido e isso traz problemas, como o desinteresse pelas aulas, início das bebedeiras, drogas, tabagismo, brigas e em alguns casos, o aluno chega até a sair da escola.

Ao conversar com um rapaz que todos os dias era encontrado caído bêbado perto de sua casa, descobri que ele estava apaixonado por uma menina de sua classe, mas a mesma estava quase namorando um outro rapaz, três anos mais velho que ela. O amado da menina além de beber muito, fumava. Tendo este conhecimento, o rapaz que conversei, para se igualar e assim tentar conquistar a amada, começou a beber, uma vez que não conseguira fumar.

Durante a conversa, o fiz refletir vários pontos de sua vida, usando a ideia de uma balança, onde seria colocado de um lado os prós e do outro os contras. Ao término poderíamos analisar qual lado pesaria mais. Se fosse os prós era para continuar em frente. Se fosse os contras, o mais inteligente seria parar, pois não estava fazendo bem e comprometeria os sonhos e o futuro dele.

Percebendo através do papo que a menina era a pivô de toda aquela situação, falei para colocá-la na balança colocando de um lado todos os porquês de ele querer namorá-la e do outro o inverso. Fui anotando com ele os itens. O papel do sim tinham poucos itens, contrariando o do não que quase encheram a folha. Ao visualizar os papeis me disse: “Tô sendo burro, né?”

Minha balança nada mais era do que fazer um levantamento das perdas e ganhos durante o processo de coaching. Muita gente usa mais a emoção do que a razão e por este motivo as perdas nem são vistas.

Ao levantar os "porquês não" do rapaz do exemplo, dentre tantas coisas, ele percebeu que a menina não falava nem bom dia e só o procurava para pedir alguma coisa. Ao questioná-lo: “Como é que você se apaixona por uma moça que nem o básico da educação pratica contigo e ainda por cima demonstra interesse? Até onde o ser bonita e gostosa supera ao ser educada”? Os olhos dele cegaram a razão e a balança fizeram os mesmos órgãos enxergarem a realidade e o quão cego ele era.

O processo de coaching em muitos momentos abafa a emoção da pessoa fazendo com que ela seja mais racional e, com isso, os sentidos passam a ser enxergados melhor.

Hoje em dia, o coaching é a melhor metodologia para o desenvolvimento humano, já que ajuda ao coachee a controlar as emoções dando assim mais espaço a razão que o guiará para as melhorias e o alcance das metas. Em suma, o processo é a luz que ilumina o caminho mais racional e inteligente a ser seguindo, pois levanta todas as perdas (contras) e todos os ganhos (prós) agregados a tudo.



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