O que você vai perder quando atingir sua meta? Esta pergunta assusta muitos clientes do processo de coaching, pois ninguém gosta de perder e sim de ganhar. Sem que as pessoas percebam, esta é uma realidade invisível para muitos. Ter ciência de que para todo ganho há percas é extremamente importante que saibamos se a tão sonhada meta é mesmo o que queremos.

Diariamente lidamos com esta situação e em vários pontos, lugares e momentos da nossa vida. Se a pessoa quer aprender um novo idioma, terá que estudar, o que leva tempo, que deverá ser tirado de algum lugar. Dei aula de inglês muito tempo e muitos dos meus alunos, principalmente os do sábado pela manhã, comentavam que poderiam estar na praia naquele momento, mas não estavam. Perderam o sábado de sol.

A pessoa que está de regime deixa de comer muitas coisas para chegar ao peso ideal. Minha esposa participou de festas na empresa onde todos comiam os salgadinhos favoritos dela enquanto ela se deliciava com frutas.

Quem está se preparando para prestar um concurso ou vestibular deixa de fazer muitas coisas, perdem finais e finais de semana diante de livros e alguns dentro de escolas com aulas das oito às vinte horas para conseguirem a nota necessária para passarem pelo teste.

Esta situação se torna tão rotineira, que mesmo que a pessoa fale que está perdendo algo, ou deixando de fazer uma coisa em prol de um objetivo, é algo sem uma análise profunda, o que automatiza a fala.

Logicamente existem pessoas que analisam a realidade e percebem que abrem mão de uma coisa em prol da outra, mas não vão tão fundo ao ponto de analisar o futuro quando a meta for alcançada e como a vida ficará. Agora, será que esta pessoa analisa o que será da vida dela quando conseguir o que quer no ponto da perda?

Se é algo desejado, tudo é lindo e maravilhoso na cabeça da pessoa. Este sentimento diminui a visão ampliada, pois não existem perdas num mundo maravilhoso.

Minha prima fez um regime rigoroso com um grande médico no interior de São Paulo. Ela queria perder mais de trinta quilos. Por meses fez tudo que lhe foi indicado até que conseguiu atingir o peso ideal. Quando conseguiu isto, o doutor disse que teria que continuar mais alguns meses para manter o peso e o cérebro “se educar”, não permitindo que entrasse no famoso efeito sanfona. Ela seguiu com o processo. Depois de um ano estava liberada para comer o que quisesse. O que ela descobriu? Que não conseguia mais comer muitas coisas que comia antes e a quantidade era parecida com a da dieta. Mesmo que quisesse comer, não conseguia.

Eu amava churrasco, era obeso e reduzi meu estomago. Hoje sou quase vegetariano por não conseguir comer carne.

Tanto minha prima quanto eu, nunca imaginávamos que isto iria nos acontecer quando começamos o processo em busca de um peso ideal. A nossa qualidade de vida é outra. Temos saúde, mas deixamos de comer muitas coisas e somos felizes. A felicidade e o bem estar nos vale mais que tudo que diminuímos ou deixamos para trás.

No caso da pessoa que aprende um novo idioma, quando está num bom nível, arruma bons empregos, consegue promoções, ganha mais dinheiro, mas trabalha mais, o que causa perda na área familiar, no lazer e até mesmo na vida amorosa.

O processo de coaching é importante pois, deixa bem claro para quem está passando por ele a realidade atual e a do futuro desejado. Deixa claro as perdas e ganhos, o que valida totalmente a meta. Se a pessoa perceber que não conseguirá lidar com as perdas futuras, é a prova que a meta não é de fato algo não desejado.

A exposição das perdas e ganhos e todas as validações e questionamentos fazem coach um grande aliado.

Sabendo disto, todas as pessoas deveriam passar por este processo para não terem dores de cabeça, frustrações, saberem lidar com as perdas e se motivar com todos os ganhos, tanto dele quanto do mundo ao seu redor.



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