Ter uma visão mais ampla sobre os assuntos do momento é fundamental para que possamos nos tornar executivos internacionais, que operam de qualquer lugar do mundo com tranquilidade. Ver as notícias de maneira superficial não está de acordo com isso.

Então, é preciso ter cuidado para não jogar fora as formações e o talento, por causa de preconceitos bobos, que não contribuem com nada. Tenho descendência árabe e é natural que haja curiosidade. Porém, não consigo me acostumar com algumas conclusões.

Quando o assunto fica na brincadeira, tudo bem. O brasileiro é bem-humorado e gosto de rir junto. Agora, não dá para dizer, com seriedade, que um indivíduo de nome árabe terá dificuldade de entrar em um avião ou em um país só por causa das origens que tem.

Toda vez que malucos que não nos representam fazem esses ataques absurdos ao redor do mundo, fica um clima geral de desconfiança e aumenta o preconceito. Isso é esperado, diante das cenas fortes e tristes que vemos. Só penso que é necessário saber filtrar.

Há milhões de árabes nos Estados Unidos, por exemplo. Dia desses, ouvi o seguinte questionamento: “Como eles conseguem ficar lá?”. Esse é o tipo de pergunta que não deveria existir. Afinal, órgãos de segurança só podem procurar quem faz algo de errado.

A nacionalidade e a religião não importam. É claro que, ao longo da história, surgiram casos de intolerância por parte de autoridades. Mas não vou cometer com eles o mesmo erro. Então, o que tenho a dizer é que os ruins não representam a totalidade.

Medidas de prevenção em aeroportos, quando aumentam, servem para todos. Agora, se alguém for mais rigoroso ao analisar um cidadão de nome árabe (o que é contra a lei, por sinal), tudo bem, desde que seja uma verificação justa. Quanto mais segurança, melhor.

Como já viajei bastante, principalmente a trabalho, defendo que as normas sejam cada vez mais rígidas. Antes de prosseguir, um esclarecimento importante: “árabe” se refere à cultura (como gaúcho, por exemplo) e “muçulmano” ou “islâmico” tem relação com a religião.

É provável que, neste momento do texto, o nobre leitor tenha pensado nas eleições americanas. Um dos candidatos afirmou que, caso seja eleito, vai proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Então, vamos lá: Donald Trump é um fanfarrão.

Passei em frente aos prédios dele em Dubai, onde tem sócios muçulmanos, só para dar um exemplo. Como diz o Guga Chacra, a iniciativa é impossível. Travaria no Congresso e na Suprema Corte. Além disso, o otário teria que barrar atletas campeões e ganhadores do Nobel.



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