Por muito tempo acreditou-se que ter elevado QI (quoeficiente intelectual) era garantia de sucesso. As habilidades cognitivas são muito importantes e isso é inquestionável, porém não são suficientes. Um conceito em psicologia que se tornou conhecido em 1995, através do psicólogo e PhD, professor da Universidade de Harvard, Daniel Goleman, denominado Inteligência Emocional (QE), tem sido defendido como principal responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas.

Os conceitos de inteligência emocional têm ganhado força e demonstrado a cada nova pesquisa que é imprescindível desenvolvermos essas competências que segundo Travis Bradberry e Jean Greaves (2007) são Pessoais: Autoconsciência e Autocontrole, e Sociais: Consciência Social e a Administração de Relacionamentos.

A Autoconsciência é a capacidade de analisar as próprias emoções com objetividade, mantendo-se atento ao que acontece e percebendo-se em situações específicas que envolvam certas pessoas ou situações adversas. O Autocontrole é a capacidade de direcionar o comportamento de modo positivo através da percepção dos próprios sentimentos, independente da situação.

A Consciência Social refere-se à empatia, que significa a nossa capacidade de compreender o que o outro está pensando ou sentindo. A Administração de Relacionamentos está relacionada às interações emocionais, facilita a resolução de conflitos e torna a comunicação mais eficaz.

Essas habilidades são indispensáveis para que não fiquemos reféns das circunstâncias, sejamos de fato protagonistas de nossas vidas e não meros expectadores. Situações desagradáveis fazem parte do nosso cotidiano. Quantas dessas situações vivenciamos no decorrer de nossa existência? O quanto estamos preparados para superá-las? Que significado damos ao que nos acontece?

De repente você está ali. Parado no trânsito em um dia quente, com o ar condicionado quebrado e o barulho ensurdecedor de uma buzina que insiste em atormentar cada segundo desse dia que não começou nada bem. Tudo o que você quer é sair dali, chegar ao trabalho e concluir aquele relatório. Ao chegar lá, você percebe que tem algo muito estranho. Todos te olham, cochicham, mas você finge que não percebe. Vai para sua sala, e antes que consiga sentar, o telefone toca. É o seu chefe com tom de voz incomum chamando para uma conversa. Nesse momento vem um frio na barriga e as mãos ficam geladas. Algo de ruim está prestes a acontecer. Então você respira e segue pelos corredores. Vê ao longe a fumaça de um charuto. Entra na sala e então descobre que está demitido. Você tenta se controlar, mas não consegue e chora compulsivamente ao lembrar-se de todas as dívidas, e dos sonhos que estavam sendo alimentados. Voltando para casa após esse fatídico dia, uma leve distração e... uma encostada severa no carro da frente...

Após um dia assim, experimentamos cada vez mais desilusões, porque tendemos a focar no que não está dando certo, ficamos irritados e nossas frustrações respingam nas pessoas que mais amamos. Quantas vezes descarregamos ira em quem não merece por estarmos emocionalmente abalados? Precisamos sim viver o luto em algumas desilusões, mas dar foco ao que vale a pena é uma questão de inteligência emocional.

Enquanto o nosso QI é imutável, nascemos e morremos sem que ele se altere, o QE (quoeficiente emocional) pode ser desenvolvido e nos levar a ter uma vida mais abundante. Estudos recentes mostram que 15% dos profissionais são demitidos por déficit em conhecimentos técnicos e 85% por dificuldade nas relações intrapessoais e interpessoais.

Convido você a ser uma pessoa muito melhor, construindo relações mais sólidas, convivendo harmoniosamente com as pessoas que ama, conseguindo aquela promoção na empresa, se sentindo melhor consigo mesmo, tudo isso é possível através do autoconhecimento que a inteligência emocional proporciona.

Podemos usar como referência a frase que o Coach PHD, Paulo Vieira usa frequentemente: “O que eu não tenho é pelo que ainda não sei por que se eu soubesse já teria.” Precisamos nos perceber como seres incompletos e emocionalmente instáveis. Muitas vezes nos limitamos por nossa vaidade, achando que já está bom e não tem como melhorar, essas são concepções que limitam as nossas potencialidades, e nos mantém levando uma vida de insatisfações. Quem disse que o que já está bom não pode ficar muito melhor? Amplie o seu quoeficiente emocional e viva mais plenamente.



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