Quando nos referimos à rede de relacionamento interna, em pleno fervor do mundo digital, não fazemos uma associação direta com intranet, e-mails, WhatsApp, etc. Mesmo parecendo que estamos na contramão da tecnologia, nossa crença está alicerçada na comunicação direta, face a face, olho no olho, a cem por cento de humanização do processo de comunicação interna. Em muitos casos a tecnologia será uma ferramenta para encurtar distâncias e agilizar este movimento, mas será apenas uma ferramenta.

Cem por cento de humanização do processo significa ser respeitoso com a origem da informação circulante, valorizando-a em suas diversas nuances, pois onde há fogo há fumaça. E, para evitar que haja um incêndio, antecipe-se na contextualização e/ou entendimento dos fatos mais importantes que estão no topo da lista na tradicional “rádio corredor”. Absorva os contatos internos como aprendizados constantes.

Cada público que o gestor se relaciona dentro da organização gera um tipo de aprendizado em toda a cadeia organizacional. Portanto, não circule apenas em sua área de negócio e esteja aberto a toda e qualquer informação que chega até você.

Crie distintas experiências nas relações de construção do conhecimento, adotando um comportamento cotidiano que elimine a força do ego e distinga amizades, parcerias, coleguismo e relações hierárquicas, com a máxima humildade. Esteja “inteiro” no momento da comunicação, utilizando seus sentidos como os principais aliados do processo comunicacional.

Esteja de corpo e mente presentes quando alguém falar com você gestor. Ouça as informações sem julgamento. Simplesmente ouça e não interrompa a outra pessoa enquanto ela não concluir; processe o que está sendo dito e somente no final da argumentação faça perguntas que o auxiliarão a entender melhor o que está sendo informado.

Lembre-se gestor: utilize o “porque” apenas na contextualização dos fatos, ou seja, ao explicar algo. Quando o inverso acontecer, e você for solicitado a ouvir uma informação, questione o seu interlocutor aliando-se a palavras que lhe proporcionem a verdadeira dimensão dos fatos.

Por exemplo: um colaborador comunica a você que a sala de controle de TI está em pânico e que todo o sistema foi prejudicado. Como culturalmente as pessoas têm a tendência às generalizações, é importante reduzir esta informação para o nível de sua realidade, provocando o interlocutor com perguntas que o auxiliem a traduzir a verdadeira amplitude da informação: “Especificamente, qual dos quatro níveis da sala de controle está em pânico? Precisamente, qual dos programas foi atingido? Dos cem programas apenas dez foram corrompidos. O que será necessário para controlarmos que este vírus faça mais estragos?”

Desta forma, o gestor auxiliará seu interlocutor a focar na verdadeira dimensão do problema, sem buscar culpados ou ansiedade excessiva por superdimensionar o fato.

Absorver os contatos de sua rede de relacionamento interna como aprendizados constantes, criará distintas experiências diárias nas relações organizacionais e garantirá a humanização no cenário corporativo. Relacionamentos saudáveis são importantes em toda a organização. Se, de alguma forma algo nos incomoda em outro setor ou em outra unidade, que cria uma certa indisposição entre as relações diárias, é necessário que façamos uma autocrítica e busquemos o entendimento destas sensações por meio do nosso autoconhecimento, porque sem dúvida alguma, as barreiras que encontramos no (s) outro (s), são limitações e dificuldades que nós possuímos em nossas próprias atitudes e crenças.



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