“Eu conheço um cara”. É comum ouvirmos essa frase quando pedimos a indicação de um profissional. A pergunta que fica é: com tantas pessoas com formações semelhantes, o que faz com que uma se torne “um cara” e a outra não? Vale a reflexão.

O consultor Gutemberg de Macedo nos dá uma dica interessante. Numa entrevista inesquecível, afirmou: “Nunca se investiu tanto em liderança. Não obstante, o mundo jamais viveu tamanha crise de liderança. Então, o que está errado? É que a tecnologia não faz o líder”.

Há outra frase dele que já citei em minha coluna e que recentemente voltei a mencionar em uma conversa maravilhosa que tive com a apresentadora Karem Suyan, no programa Atualidades, da Rádio Araranguá: “O líder está na sua distinção, na sua diferenciação”.

A inspiração para escrever esse texto veio porque passei a observar que a primeira pergunta que se faz para desdenhar o trabalho de alguém é a seguinte: “Qual é a tua formação?”. Se formação fosse a única resposta para tudo, não seria necessário dizer “eu conheço um cara”.

Neste caso, bastaria ter acesso a uma lista de quem é formado em uma determinada área, definir uma meia dúzia de critérios e escolher. Só que não é o que tem acontecido. E isso serve para diversas situações, desde um conserto em casa até a condução de uma grande empresa.

Uma tendência nas empresas bacanas é contratar as pessoas certas mesmo sem que haja uma vaga específica. É colocar gente excelente no barco e depois definir as responsabilidades. Esse conceito aparece no livro “Empresas feitas para vencer”, de Jim Collins.

Há vários casos que exemplificam a questão. Um deles é o de Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook. Antes, ela era executiva do Google. Quando surgiu o interesse do gigante da área de buscas, não havia um cargo definido para ela.

O presidente da empresa, Eric Schmidt, argumentou que a ideia deles é sempre contratar o que ele chama de “pessoas muito espertas”. No fim, ela recusou diversas propostas para topar este desafio e se tornou uma das autoras de um modelo de negócios que gera bilhões por ano.

Como a formação é apenas um dos aspectos que fazem com que o profissional se torne bem sucedido, o que você vai fazer hoje para se tornar “um cara”? Conhecer os diversos aspectos do mundo corporativo é um caminho. Fomentar o hábito da leitura é outro.

Quem tem pretensão de ser único no mercado não encara o trabalho como um fardo a ser carregado. Procura se preencher naquilo que faz. Tem interesse genuíno pelas pessoas e pelos processos. Visa a deixar um legado. O resto é consequência.

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