Tão necessária, exaltada e valorizada, a qualificação educacional para um profissional é sempre vista como ponto de princípio e de continuidade em uma carreira de sucesso. Parece e soa muito óbvia a conexão entre sucesso profissional e qualificação educacional, e realmente não se discute que qualquer estudo informa, treina, modifica e enriquece o indivíduo de maneira geral. E é indiscutível, também, que a maioria das pessoas estuda para ter mais chances no mercado de trabalho.

A abertura de cursos de tecnólogo, realizados em dois anos, que equivalem a um curso superior, vem sendo uma ótima opção para muitos profissionais nos últimos anos. O curso é focado no assunto, rápido, menos oneroso, e tem validade de grau superior, possibilitando o formado a prestar concursos e realizar pós-graduações.

Profissionais que tinham o ensino médio viram nestes cursos a chance de aperfeiçoarem-se em suas áreas e de conseguirem o status tão sonhado do ensino superior. Além disso, boas instituições de ensino ministram estes cursos, com grades e conteúdo bem estruturados.

As empresas têm apoiado seus funcionários na realização destas formações para especialização profissional e a maioria dos gestores encara de forma bastante positiva. Dependendo da posição em aberto, os selecionadores encaram os tecnólogos e bacharéis da mesma forma e com as mesmas chances de colocação.

Devido à rapidez e às facilidades de tempo e financeira, jovens recém-formados no ensino médio têm optado por estes cursos. Muitos fazem duas especializações diferentes, estudando por quatro anos, e outros já passam direto para a pós-graduação. A maioria sem qualquer experiência profissional em áreas relacionadas a seus estudos. Independentemente dos benefícios de cada aprendizado nestas formações, pode-se observar um número crescente de currículos com a área de formação bastante extensa e a área de experiência bem pequena em atividades realmente relacionadas a estas formações. Grande parte destes candidatos possui experiência operacional adequada à sua idade, e poderiam ser contratados como auxiliares.

Porém, quando o gestor, ou o próprio selecionador, olha para a quantidade de formações e qualificações educacionais no currículo, acaba optando por contratar um jovem que tenha apenas o ensino médio. Isso ocorre em muitos casos de vagas juniores, em que os requisitos são poucos e o salário é baixo. Os gestores podem entender que alguém tão qualificado não será estável para aquela vaga, que logo perderão o funcionário para uma outra oportunidade. Na verdade, este jovem, em muitos casos pós-graduado aos 21 anos de idade, está em busca desta vaga júnior para iniciar sua carreira, tanto quanto o jovem de ensino médio, e as chances de que ele se mantenha neste emprego são tantas quantas as de qualquer outro candidato. Mas, na decisão final, nota-se que os gestores têm escolhido candidatos menos qualificados baseados na premissa de maior possibilidade de estabilidade. E todo o investimento em educação não só não está ajudando este candidato a se destacar, mas acaba por atrapalhar.

O trabalho do RH, nestes casos, está em conscientizar os gestores sobre este novo grupo de jovens no mercado, que, por facilidades de estudos oferecidas atualmente, acabaram extra qualificando-se, mas que desejam uma primeira oportunidade em suas áreas, ou até mesmo um emprego em outra área, como qualquer outra pessoa que inicia sua vida profissional.

E para os jovens que estão decidindo-se sobre sua formação, se forem optar por cursos superiores de tecnologia, que aguardem uma colocação estável no mercado antes de realizarem outro curso ou uma pós-graduação, até que sua experiência e posicionamento de mercado estejam mais firmes e coerentes com a necessidade de mais qualificação educacional.


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