- “Sou líder e sei que preciso delegar, mas tenho receio que a pessoa que venha assumir a tarefa não “dê conta do recado”
- “Meu “chefe” transfere atividades para mim, porém não me passa informações suficientes e nem presta o apoio que necessito para bem executá-las.”
- “Sei que como líder devo delegar, porém tenho dificuldade para identificar quando e para quem é possível fazê-lo de maneira a não comprometer o resultado.”
- “Eu poderia contribuir mais se meu chefe me delegasse mais atividades.”
- “Sinto-me capaz de executar mais tarefas, mas meu “chefe” é muito centralizador.”

Estas preocupações realmente tem fundamento, pois delegar implica mesmo em algum risco e, quando mal feito, todos conhecem o resultado: ao invés de DELEGAR a pessoa começa a “DELARGAR”. Todos se desgastam, a produtividade cai e as impressões em relação às competências de ambas as partes ficam comprometidas.

O que muito me ajudou ao longo dos anos a praticar a delegação de maneira mais segura foi o conjunto das ações abaixo:

- Identificar bem o que pode e necessita ser delegado e o que não teria a mínima necessidade. O que importa é evitar delegar por delegar. A atividade transferida para outra pessoa deve ser comprovadamente algo que não exige que o líder faça por si só e, ao mesmo tempo, ajude a promover o desenvolvimento da pessoa.

- Cuidado para não delegar somente aquilo que você não tem tempo de fazer. Atente para o risco de transferir o “peso” da tarefa adicional para alguém que também não está com tempo suficiente para executá-la, o que pode comprometer a qualidade do trabalho.

- Além de observar muito bem o trabalho dos membros do time no dia-a-dia a fim de conhecer as melhores habilidades de cada um, assim como suas maiores dificuldades, o líder pode ser direto e perguntar: qual você acha que é a sua melhor competência ou habilidade? E complementar com as seguintes perguntas:

- Você sente que esta sua competência está sendo bem aproveitada?

- O que mais te motiva no trabalho?

- Que tipo de atividade você mais gosta de executar?

- Que tipo de atividade você menos gosta de executar?

- O que diminui sua motivação para trabalhar?

- Por fim, a pergunta geralmente mais inesperada: você possui alguma habilidade que você acha que poderia ser aplicada no trabalho mas ainda não teve a oportunidade de fazê-lo?

Esta última geralmente é a pergunta que a pessoa diz nunca ter pensado a respeito, manifesta surpresa, e não raro pede um tempo para pensar. Mas é a que mais pistas vai fornecer ao líder sobre o que é possível de ser delegado de maneira mais segura.

No mais, assegure-se de ter deixado muito claro o objetivo do trabalho, sua expectativa quanto aos resultados e ao tempo para execução. E converse muito sobre o COMO fazer, garantindo o grau de autonomia adequado de acordo com a experiência de quem vai executar. O líder não precisa passar a tarefa e voltar a tratar do assunto somente quando estiver concluído; aí, sim ele terá “delargado”. Estabelecer uma frequência de conversas para acompanhamento de cada fase do trabalho dá segurança pra quem executa e melhora o controle ao permitir correções no rumo antes que seja tarde.

O resultado da delegação é eficaz quando praticado por um líder que constata o aumento da produtividade do time ao mesmo tempo em que o time sente que conta com a confiança do líder para ser desafiado e vencer. 



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