No seriado médico House, um episódio relata a história de um homem que foi para a Índia se encontrar com um guru. Viajou em busca de respostas. Voltou sem respostas e sem dinheiro. Além disso, trouxe no organismo uma doença típica daquela região e contaminou o filho.

A família não sabia o real destino daquela viagem. Pensavam que o pai havia viajado a trabalho. Ele contou histórias espetaculares para a esposa e para o filho. Feitos que eram motivo de orgulho. Porém, essas realizações nunca existiram. A doença revelou a mentira.

Sou palestrante e coach e amo discutir o mundo corporativo. Em 2015, completo 10 anos de estudos intensos nessa área. Preciso dizer, no entanto, que a forma como a mídia americana trabalha a questão do sucesso me incomoda às vezes.

É complicado dividir o mundo apenas entre vencedores e perdedores. Retrataram um pai que precisou inventar uma vida que não teve para que o filho tenha o que falar para os amigos na escola. A reação dos familiares quando descobriram a verdade foi de decepção extrema.

É comum pessoas afirmarem que os palestrantes que debatem o assunto contribuem com essa visão deturpada, mas peço cuidado para que não se coloque todos como farinha do mesmo saco. O verdadeiro sucesso depende da interpretação que cada um dá para ele.

Além disso, estudar e falar sobre mundo corporativo deve ser sinal de humildade e não de arrogância. Quando estudamos e falamos sobre isso, nós reconhecemos que o ser humano precisa estar em constante evolução. É uma forma de tornar melhor o ambiente de trabalho.

Agora, uma coisa precisa ser dita sobre a tal da viagem em busca de respostas. Steve Jobs fez isso e teve resultados positivos. Outras pessoas também partiram para esse caminho, como Elizabeth Gilbert, do livro “Comer, Rezar, Amar”. São exemplos interessantes.

O renomado chef Gordon Ramsay foi para a Índia para um mergulho na culinária local e para um período de renovação. Segundo ele, o ano anterior havia sido terrível e precisava de algo do tipo para dar a volta por cima. Veja que não se escondeu atrás do dinheiro que tem.

O que não dá é pegar a receita pronta de alguém e aplicar para a própria vida. Os resultados nem sempre são os mesmos. E algumas pessoas têm a tendência de colocar a culpa do insucesso nos outros e nos processos. É preciso adaptar as ideias para a nossa realidade.

Construir um alicerce é imprescindível. De nada adianta viajar em busca de respostas sem conteúdo para isso. Corre-se o risco de voltar sem respostas, sem dinheiro e com uma doença no organismo. Isso vale para várias situações na vida. Apelar para atalhos é muito perigoso.


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