Ao ler o livro "O jeito Harvard de ser feliz", de Shawn Archor, lembrei-me de uma pergunta que me foi feita recentemente em um programa de radioweb: “o que fazer quando estamos em uma crise financeira familiar?”. Especificamente em dois capítulos há duas abordagens da psicologia positiva que podem ser boas ferramentas num momento adverso (não somente financeiro): a do “terceiro caminho” e a do “círculo do controle”. Nesse artigo vou discorrer sobre a primeira e em outro artigo a segunda. Esclareço que adaptei um pouco o conteúdo para aplicação prática.

Baseado em estudos científicos, o autor diz que nosso cérebro cria mapas mentais para nos auxiliar no dia a dia. Em momentos difíceis três mapas mentais são construídos aos quais fiz as seguintes referências metafóricas: o primeiro é o “ponto morto”, o segundo é a “areia movediça” e o terceiro a “alavanca”.

O caminho “ponto morto” é porque ele orbita ao nosso redor, ou seja, não gera resultados ou ações, apenas a resignação. O da “areia movediça” é aquele que nos leva a pensar em cenários negativos, sem saída, trazendo sentimentos de tristeza e até desespero. Uma armadilha fácil de cair! E, finalmente, o terceiro, a “alavanca”, é o que nos levará às soluções e que nos tira do fracasso ou do revés para o ponto de sucesso.

Na prática, o caminho da “alavanca” cria um cenário positivo e explora nosso alto desempenho. É o que nos impulsiona a realizar ações para enfrentar a adversidade. Porém, em momentos difíceis e com o emocional em desequilíbrio, pode ser difícil enxergar qualquer coisa que não sejam tempestades e vendavais.

Por isso, você pode dar alguns simples passos para encontrar o terceiro caminho, a “alavanca”:

1º - Conhecimento: ao ler este artigo você já está nesse primeiro passo, ou seja, você sabe que existe um caminho para sair da crise. Caso queira aprofundar, pesquise mais sobre o tema. Se quiser, leia o livro que eu li. 

2º - Autoconsciência: é entender suas emoções e como equilibrá-las. Por exemplo, se desabafar com alguém vai te trazer um pouco de paz, o faça. Busque saídas para equilibrar seu emocional para enxergar esse caminho.

3º - Criatividade: explore sua capacidade de criar ações para sair da crise. Um “macete” para aguçar a criatividade é verificar o que você já tentou e deu certo. Depois, pense no que nunca tentou e que pode dar certo, por mais absurda que uma ideia possa parecer. Há muitos anos atrás, em uma festa infantil da família, minha prima pediu que eu fizesse algumas brincadeiras para as crianças da festa. Eu aceitei e passei 3 horas animando a “galera”. Todos elogiaram. Ali nascia um animador de festa infantil, que em certo momento de crise me ajudou (e muito) a complementar minha renda e pagar parte dos meus estudos. 

4º - Atitude: faça um plano com essas ações e, principalmente, com datas para cumpri-las. Por exemplo: “conversar com a família sobre nossa situação financeira em 13/08”. Ficar só no campo do pensamento não ajudará muito.

Esses 4 passos vão ajudar a encontrar o caminho da saída. “Mas é tão simples assim?”, você pode se perguntar. Sim! Repare que não estamos reinventando a roda. Acontece que algumas pessoas não enxergam que com pequenos passos atingimos grandes objetivos. Esse é o tema do próximo artigo.



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