Escrito por Sulivan França - 13 de Março de 2014

Durante décadas, os atletas de ponta, palestrantes e artistas recorreram a coaches para ajudá-los a ter um desempenho melhor. Para esses indivíduos que já estão no auge de suas áreas, não é possível ensinar-lhes o próximo nível de performance, mas eles podem aprendê-lo.

Agora essa abordagem se consolidou nas organizações, nas quais os altos executivos estão recorrendo a coaches para ajudá-los a atingir o seu potencial em termos pessoais e de negócio. O aconselhamento de carreira envolve um processo de aprendizado altamente personalizado para aprimorar tanto ação eficaz como a agilidade de aprendizado.


Eu ofereço essas distinções e o contínuo de coaching como uma contribuição para uma linguagem comum sobre aconselhamento de carreira e para propiciar a escolha esclarecida e comprometimento interno por parte de todos os envolvidos. Além da escolha esclarecida e aprimoramento da prática de coaching, espero que essas distinções possam estimular um diálogo sobre os papeis desempenhados pelos coaches. Vejo um futuro no qual o coaching estará amplamente disponível nas organizações e no qual a prática de coaching será formada por informações oriundas de uma teoria dessa atividade em evolução para o aconselhamento de carreira. 

[nggallery id=188]

No começo eu fiz a distinção entre o Modelo do Contínuo de Coaching (o “quê”) e uma teoria maior da atividade de aconselhamento de carreira (o “porquê”). Pode-se encarar o contínuo de coaching como apenas um elemento de uma teoria das atividades para aconselhamento de carreira (Witherspoon e White, 1997).

A minha abordagem à teoria da atividade de coaching baseia-se em uma teoria de perspectiva de ação desenvolvida por Chris Argyris e Donald Schön (1974). Esse quadro conceitual, com sua ênfase em informações válidas, escolha livre e esclarecida e comprometimento interno, fornece uma base para entender e explicar a ação humana no meu trabalho com executivos. 

A curto prazo, acredito que uma teoria útil de atividade (Argyris, Putnam e Smith, 1985; Argyris e Schön, 1974; Weisbord, 1987) deveria responder pelo menos duas questões para um coach profissional: “O que digo e faço nessa situação?” e “Quais são os princípios subjacentes que explicam por que faço e digo isso?”. A longo prazo, acredito que uma teoria da atividade de coaching deve buscar integrar uma teoria abrangente e prática sólida para o aconselhamento de carreira, tal como proposto por Schwarz (1994) para facilitação de grupos.

Olhando adiante, o desafio de integrar o pensamento com a ação no aconselhamento de carreira é excitante. A ação eficaz exige a geração de conhecimento que atravesse as disciplinas tradicionais com tanta competência e rigor quanto possível. Segundo a minha perspectiva, uma teoria útil da atividade teria dois objetivos: aprimorar a eficácia dos que a praticam e aprimorar sua capacidade de aprender sobre seu próprio comportamento. Assim, o propósito da teoria útil da atividade reforça o propósito do aconselhamento de carreira em si.

Para terminar, antevejo um diálogo produtivo em torno de uma teoria em evolução sobre a atividade do aconselhamento de carreira – voltada para tornar explícitas as premissas, tornar explícitas as interferências a partir das premissas e testar as conclusões através de lógica independente da lógica utilizada para criar as conclusões em primeiro lugar. Esse é um trabalho difícil, mas que vale muito a pena.

Marshall Goldsmith em Coaching: o exercício da liderança, editora Campus, 2003.

E-book

E-BOOK GRATUITO

BAIXE O PDF DESTE CONTEÚDO SOBRE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA LER ONDE E QUANDO QUISER.

Baixar PDF