Certa vez, fui visitar um colega para propor uma parceria. Ouvi o seguinte: “Nem sei sobre o que você fala, mas meus assuntos são mais sérios”. A partir daí, o cidadão começou a me explicar por que o conteúdo dele era melhor do que o meu, apesar de não conhecer.

Fiquei surpreso com aquela abordagem. Com a cabeça mais fria, cheguei à conclusão de que a origem dessa visão restrita é a mania desgraçada de considerar todos os profissionais de determinada área como farinha do mesmo saco. No caso, só ele era o “diferentão”.

Prometi que iria me policiar, a fim de não ficar assim. Dessa forma, procuro não fazer condenações com análises superficiais. Como o objetivo maior do meu trabalho é fomentar o debate, no entanto, fico tranquilo para manifestar uma preocupação.

Tenho visto com frequência postagens com essa frase: “Vai dar tudo certo... Porque vai”. Está comprovado cientificamente que o pensamento positivo é importante. Não adianta torcer o nariz. Agora, a expressão “porque vai” me parece muito vazia.

Como coach, tenho obrigação de fazer alguns questionamentos. Além da simples crença de que “tudo vai dar certo”, que ações práticas você tem adotado para alcançar a meta? Se não tem feito nada consistente, qual é o seu grau de comprometimento com o objetivo?

Outra frase que é compartilhada com frequência é aquela que diz: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Há um programa de rádio no Sul que costuma brincar com a sentença e afirma: “Não sabendo que era impossível, foi lá e se ferrou”.

Essa brincadeira é importante para dar um choque de realidade nas pessoas. Sou palestrante nas áreas de motivação, liderança, atendimento ao cliente, trabalho em equipe e digo, sem receio: as coisas podem, sim, dar errado. Acreditar é importante, mas não basta.

Pessoas que realizaram algo grandioso sem saber que era impossível não fizeram isso sentadas no sofá, à espera de uma solução definitiva. Houve muita batalha e suor. Sofreram, pensaram em desistir inúmeras vezes, perderam o respeito da sociedade e da família.

Quando chegaram lá, todos vieram com tapete vermelho. Então, é importante ter em mente o caminho árduo até a conquista. Eu já escrevi que não podemos perder aquela película que faz com que a gente veja o mundo de forma positiva. Só tem que ser na dose certa.

Saber que as coisas são difíceis e que podem dar errado é a melhor forma de correr riscos mais calculados e amenizar tombos. Isso porque passamos a identificar que as quedas fazem parte do processo. Verdadeiros campeões usam isso como força e aprendizado.



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