A pressão é grande para que eu escreva (e dê palestras) sobre e para mulheres. Tenho estudado a participação delas no mercado de trabalho e, dia desses, ouvi o seguinte de uma interlocutora: "Mais mulheres precisam ouvir isso de você".

A base dos dados que tenho é formada por dois livros: "Faça Acontecer: mulheres, trabalho e a vontade de liderar", de Sheryl Sandberg, e "Escolhas Difíceis: memórias da executiva mais importante do mundo dos negócios", de Carly Fiorina.

Sheryl Sandberg é a atual diretora de operações do Facebook e Carly Fiorina foi presidente da HP. O primeiro alerta importante é o seguinte: em geral, as mulheres só se candidatam para um posto quando estão 100% preparadas.

O dado entre os homens é de 60%. Isso não significa, necessariamente, que os homens são irresponsáveis. É que eles se apresentam, brigam pela oportunidade e depois se preparam para conduzir bem o trabalho.

Esse é um dos motivos pelos quais elas ganham menos e ocupam poucos cargos de liderança. Esse mundo de corrupção, aquecimento global, guerras e doenças precisa de mais mulheres no comando. Aquela visão 360 graus tão característica.

Outro dado alarmante: as pesquisas mostram que o homem, quanto mais bem sucedido, mais admirado ele é. Já a mulher, quanto mais bem sucedida, mais odiada é, por ambos os sexos. Aonde vamos parar desse jeito?

As mulheres precisam se ajudar mais. É preciso que haja mais cooperação entre elas para que o espaço que merecem seja conquistado. Chegou a hora de parar de dizer: "Prefiro trabalhar com 30 homens a duas mulheres".

A gravidez é outro ponto polêmico. Ninguém pergunta para o homem se ele vai continuar com o trabalho após ter filho. Parte-se do princípio de que nós conseguimos conciliar e elas não. Temos que lembrar que os dois engravidam.

Sei que vou causar arrepios agora, mas lá vai: chega de falar que mulher não sabe dirigir! Se o marmanjo bate o carro logo no início da vida de motorista, o pai insiste com ele até o fim do mundo. Mas coitada da menina que cometer um erro...

O que mais me deixa triste nessa questão do trânsito é que o preconceito parte das próprias mulheres. Não dá mais! Dia desses, fui ajudar a lavar a louça na casa de anfitriões. Um menino me interrompeu: "Não precisa. Homem não lava a louça".

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