Tempos difíceis permitem ao ser humano mostrar que é capaz de vencer as dificuldades se adaptando as novas rotinas e hábitos que a situação impõe.

Vou usar a crise hídrica como exemplo. Sou Paulista e estou morando em Fortaleza por uns tempos e ainda devo voltar a morar em minha terra em breve. Sempre que lia sobre os reservatórios de água que abastecem a capital, me batia um medo junto com uma tristeza por ver minha São Paulo correndo um sério risco. Visitando a cidade de vez em quando, vi como o povo foi reagindo as novas regras impostas. A união da população foi visível. Se foi por querer ou precisão, não importa, o que importa é que a maioria atuou junto e fez acontecer.

Hoje em dia a situação melhorou muito e a grande maioria continua no mesmo ritmo que estava durante a crise hídrica.

Vivemos uma crise financeira que está fazendo a população se adaptar para poder amenizar os efeitos da situação e ter uma vida melhor. Vejo pessoas mudando velhos hábitos de compra radicalmente e em alguns casos a pessoa terminou o mês com mais dinheiro neste período do que em dias normais, conseguindo assim realizar a velha vontade de aplicar na poupança.

Uma família de amigos em São Paulo vivia me falando que queria economizar, mas nunca conseguia. Bastou entrar a crise que conseguiram. A impressão que dá é que o povo precisa de uma situação de risco para mudar rotinas que há tempos uma mudança já era desejada. É na pressão que a coisa anda.

Sabemos que quando um cliente vem até a sessão de coaching tem que mudar muita coisa para atingir a sua meta. Sem uma pressão a coisa não funciona. Por mais que não pareça para muitos, o coach pressiona bastante seu coachee, o fazendo pensar e rever hábitos e rotinas, encontrando assim falhas invisíveis até então, mas extremamente prejudiciais para sua vida.

A primeira impressão do coachee é que não será possível por serem coisas muito difíceis de se mudar, já que mudar hábito é complexo, e é neste momento que aparece a vontade de pegar o caminho fácil, que é parar o processo e deixar a meta para lá, fica forte. A mesma sensação teve o povo paulista ao ver as novas regras, mas neste caso, não havia como deixar de lado a situação e pegar o caminho fácil.

Quanto mais o coach agregar valores a meta do cliente, aumentando assim o desejo de atingi-la, mais vital ela se tornará e desta forma o coachee vai buscar e lutar como pode para chegar até ela. Assim como a população se uniu para resolver um problema sério, o coachee terá também que se unir as pessoas mais próximas para ter delas todo o apoio necessário durante o processo.

Em suma, quando o mundo nos pressiona a mudarmos hábitos e rotinas é que nós nos unimos e buscamos outras soluções e caminhos para continuarmos em frente. E dá certo, basta que o desejo ou precisão vença o medo e o comodismo que tudo funciona. O ser humano é muito mais forte do que pensa e de fato a união faz a força.



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