A orientação profissional na primeira escolha consiste em um trabalho direcionado aos estudantes do Ensino Médio e cursinho, com a intenção inicial de escolher um curso para graduação. Muito mais do que a escolha da carreira, nesta fase a identidade do adolescente é desenvolvida, abrindo caminhos para que a transição para a vida adulta seja iniciada.

A orientação vocacional deixa de ter domínio entre as metodologias desenvolvidas para a escolha da profissão, quando entendemos que vivemos em um contexto contemporâneo, onde surgem cada vez mais profissões diferentes. Por este motivo, a orientação profissional ajuda o jovem a escolher de forma certeira a carreira que deseja seguir.

Pensando na dinâmica universal das profissões, o processo precisa ser extremamente atualizado, acompanhando a mudança e a evolução de cada área do mercado. Desta forma, o conhecimento é ampliado e são criadas novas perspectivas de acordo com os interesses de cada um. Através de técnicas e ferramentas de Coaching, o jovem reconhece suas habilidades cognitivas, competências e aptidões.

Estudos indicam que os jovens inseridos no mercado de trabalho atualmente buscam maior qualidade de vida e benefícios como pontos de escolha de profissão, diferente do que acontecia antigamente, quando o salário tinha maior importância. Isso mostra que a profissão faz parte da vida do indivíduo e tem uma grande contribuição para sua identidade e estilo de vida. Por este motivo, cada profissão deve ser explorada para que o jovem tenha uma visão ampla dessa realidade, entendendo seu papel no mundo e na sociedade, bem como a rotina que ele será inserido.

É importante que ao longo do processo exista um trabalho de desenvolvimento da conexão interna do adolescente, para que ele tenha um autoconhecimento suficiente para entender sua identidade autêntica, fora da realidade apenas herdada pelo conhecimento e vivência de seus vínculos. É um processo de avaliação e desenvolvimento de maturidade, poder de autonomia e tomada de decisão, para que a escolha seja feita de forma planejada e estável, evitando assim frustrações, mudança de caminho ou uma carreira infeliz.

Uma pesquisa do Ministério da Educação aponta a grave situação da evasão universitária, ou seja, a quantidade de pessoas que abandonam o curso universitário ainda nos primeiros anos de estudo. Entre os dados destacados, observamos alguns motivos para isso acontecer, como: falta de conhecimento sobre a profissão, mudança de curso, desprestígio da profissão, horário de trabalho, desmotivação, repetência e busca de herança profissional. Considerando os dados apresentados acima, podemos notar que a imaturidade e a falta de conhecimento preciso sobre a área escolhida estão presentes em diversos sentidos, seja pela incerteza, pela escolha urgente ao se aproximar da data do vestibular ou pela escolha da mesma profissão dos seus familiares e amigos. Além do tempo desperdiçado durante a tentativa frustrada inicial, há também o alto investimento financeiro com mensalidades, materiais e outros gastos.

Infelizmente grande parte das escolas brasileiras não possui um trabalho profundo e assertivo de direcionamento para a vida universitária, pois não se trata de uma grade curricular obrigatória. Ainda que exista um trabalho visando a escolha da profissão, é necessário conhecê-lo profundamente e é importante que exista o desenvolvimento do autoconhecimento, da maturidade e a certeza de uma escolha certeira a longo prazo.

Por fim, o processo de orientação profissional é de extrema importância para a satisfação e crescimento profissional de um jovem no início da carreira. Este trabalho deve ser guiado por profissionais especializados, para que o adolescente não acredite em resultados de um trabalho supérfluo, evitando assim cair na estatística da evasão escolar brasileira e do ciclo de desmotivação.



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