Certa vez, numa entrevista de emprego, o interlocutor disse para o candidato que, naquela empresa, ele não poderia errar. Numa reação arriscada, o profissional disse que não tinha como garantir o erro zero. Afirmou que só poderia prometer uma coisa: comprometimento.

O profissional foi prudente e o entrevistador se redimiu da afirmação desastrosa porque, depois, efetivou a contratação. Digo que se trata de um desastre porque não dá para ignorar que seres humanos erram. O que não dá é “errar” por desleixo, por falta de interesse.

Ao saber dessa história, o colaborador de uma empresa disse que achou tão genial que, a partir daquele momento, iria usar essa “tática” com gestores e entrevistadores. Na opinião dele, portanto, bastava dizer que seres humanos erram que estaria tudo certo.

Esse negócio de definir tudo como “tática” demonstra uma séria falta de preparo. O personagem que prometeu “apenas” comprometimento falou aquilo do fundo do coração. Tinha interesse genuíno em fazer um trabalho de qualidade, de maneira honesta.

É incrível o ponto a que chegou o mercado de trabalho. Algumas pessoas são tão céticas que não acreditam que um indivíduo poderia agir dessa forma por pura integridade. Se ele tivesse concordado com o entrevistador, seria formada uma situação de anestesia.

Eu explico: é como se um conto de fadas fosse criado. Um finge que não vai errar e o outro finge que atingiu o objetivo ao contratar alguém que prometeu que não vai errar. As empresas bacanas criam condições para que não se tenha medo de cometer um erro.

É preciso ter cuidado para não se criar uma cultura de caça às bruxas. Não é raro encontrar companhias que dedicam mais tempo para encontrar culpados do que para corrigir o problema. Às vezes, percebe-se que nem era algo tão sério assim.

A energia poderia ser canalizada para algo melhor, não é mesmo? Corre-se o risco de o colaborador não se sentir motivado a acordar de manhã. Afinal, quem quer trabalhar quando o primeiro pensamento do dia é: “Será que vou ser a bruxa de hoje?”.

Grandes companhias da área da tecnologia nos dão exemplos interessantes. Muitas delas permitem que os funcionários dediquem uma porcentagem do dia a criar coisas novas, sem nenhuma pretensão. Projetos de muito sucesso nasceram assim.

Fazer gestão de pessoas não é fácil. Reconheço. É justamente por isso que devemos nos atualizar constantemente. Temos que estar antenados com o que é feito de mais moderno na área. E não há empresa tão pequena que não possa agir de maneira inovadora.


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