1. Fazer os outros perderem tempo

Toda vez em que estiver atrasado para uma reunião ou compromisso, quer dizer que seu tempo é mais importante. Toda vez que esperar até que o caixa do mercado o chame para então pegar o cartão de crédito, quer dizer que você não poderia importar-se menos se os outros têm que esperar à toa. Toda vez que levar 3 minutos para encher sua garrafa gigante de água enquanto a fila o aguarda, quer dizer que você vive em seu mundinho – e seu mundo é o único que importa.

Coisinhas pequenas e irritantes, mas nada demais, né? Errado. Pessoas que não percebem as pequenas inconveniências que causam nas outras tendem a passarem batido quando em atitudes de mais importância.

O modo como trata as pessoas quando não há interesses envolvidos – especialmente se você for um líder – diz tudo sobre você. Aja como se os outros tivessem necessidades mais urgentes que as suas e você nunca estará errado – e definitivamente será popular.

2. Ignorar pessoas “abaixo” do seu nível.

Tem um cara mais velho na academia que pesa pelo menos 170 kilos e, claro, briga com os equipamentos de exercícios. É de tirar o chapéu, ele está lá tentando.

Mas ninguém fala com ele. Nem parecem notá-lo. Ou até parecem notá-lo. É como se fosse invisível. Por que? Ele não combina. Todos nós fazemos isso. Quando visitamos uma empresa, falamos com as pessoas com quem devemos falar. Quando participamos de um evento cívico, falamos com as pessoas com quem devemos falar. Passamos direto pelos técnicos e falamos com o cara com quem agendamos a palestra, mesmo que os técnicos sejam as pessoas que nos tornarão mais bonitos ou com a voz mais clara no palco.

Aqui segue uma regra de ouro: acene com a cabeça toda vez que fizer contato visual. Ou sorria. Ou até diga olá. Apenas mostre que percebe a existência do outro.
Automaticamente vamos gostar de você – e será lembrado como alguém que se empenha até quando não há nada para ganhar com isso.

3. Pedir muito (principalmente muito cedo).

Uma pessoa desconhecida lhe pede um favor, daqueles grandes e trabalhosos. Você educadamente recusa. Ela pede novamente. Você recusa novamente. Então ela chora e usa a “carta da necessidade”. “Mas é muito importante pra mim. Você tem que fazer. Eu preciso de verdade”.

Talvez ela precise realmente do que quer que seja. Mas as necessidades de uma pessoa são problemas dela. O mundo não deve nada a ninguém. Ninguém é destinado a aconselhar, educar ou ter sucesso. A única coisa a que somos destinados é resultado do que fazemos. As pessoas tendem a ajudar a quem se ajuda primeiro. Elas tendem a ajudar a quem as ajuda. E definitivamente favorecem àquelas que cuidam dos outros, porque todos nós queremos mais pessoas assim em nossas vidas.

4. Ignorar pessoas com necessidades reais.

Ao mesmo tempo, algumas pessoas não estão em posição de se ajudar. Elas precisam de uma mão: algum dinheiro, comida decente, um casaco. Ainda que eu não acredite necessariamente em karma, acredito que coisas boas sempre voltam para nós, através de bons sentimentos sobre nós mesmos. E isso é motivo suficiente para ajudar alguém que se encontra em desvantagem real.

5. Faça uma pergunta para poder dar sua opinião.

Você pergunta a um colega no almoço: “Ei, você acha que o marketing nas mídias sociais é eficaz?

“Bem,” ele responde, “Acho que sob as circunstâncias corretas…”

“Errado,” você interrompe. “Nunca vi um retorno sobre investimento, nunca um estouro em vendas diretas. Além do mais, “consciência” não é um objetivo mensurável ou sequer importante…,” e você resmunga enquanto seu colega tenta desesperadamente escapar.

Não empurre suas opiniões sobre os outros usando falsos pretextos. Somente faça uma pergunta se realmente quiser saber a resposta. E quando falar novamente, faça uma pergunta coerente que ajude-o a entender melhor o ponto de vista da outra pessoa.

As pessoas gostam de quem está interessado nelas de verdade – não em si mesmo.

6. Saque o “Você sabe que eu sou?”

Muita gente usa a carta do “Sou muito importante para isso”. Talvez a fila esteja grande. Ou o serviço não esteja pessoal o suficiente. Ou não lhe mostram o merecido nível de respeito.

Diga que realmente é alguém. As pessoas gostam mais de você quando você não age como se soubesse que é alguém – ou que pense que isso o eleva a um tratamento diferente.

7. Esqueça de diminuir a empolgação.

Uma personalidade incomum é muito divertida… até não ser mais. Mesmo quando as coisas estão difíceis ou estressantes, tem gente que não para de “expressar sua individualidade”. Olha. Todos sabemos que você é engraçado e peculiar. Sabemos que anda de acordo com seu próprio ritmo. Mesmo assim, existe hora para brincar e hora para ser sério, para ser irreverente e adequado, hora para desafiar e para recuar.

Saber quando a situação pede que você pare de justificar suas palavras ou atitudes com um silencioso “Estou só sendo eu mesmo” pode fazer a diferença entre ser popular e ser um chato.

8. Não confunda autodepreciação com permissão.

Você sabe que tudo bem fazer piada sobre coisas de si mesmo, mas não vai gostar que os outros riam de você pelos mesmos motivos: sua calvície, seu peso, sua porcaria de carreira, sua esposa e filhos. Tudo bem alfinetar a si mesmo de leve, mas a última coisa que vai querer ouvir são piadas sobre careca e dinheiro. (Fim da linha: Eu posso me chamar de gordo, Você não)

Às vezes a autodepreciação é autêntica, mas costuma ser uma máscara para a insegurança. Nunca ache que as pessoas que tiram sarro de si mesmas lhe dão permissão para fazer o mesmo com elas. Só provoque se souber que não será levado a mal. Se não tiver certeza, e sentir vontade de ser engraçado, tire sarro de si mesmo.

9. Gabe-se disfarçadamente.

Gabar-se disfarçadamente é quando alguém vangloria-se de algo escondido em uma capa de humildade, em meio a um dado ou uma conversa, para poder exibir-se sem parecer que está fazendo isso (Ainda é fácil dizer que essas pessoas entretém a si mesmas).

Por exemplo, segue um post no twitter do ator Stephen Fry: “Oh meu deus. Não sei o que fazer no aeroporto. Uma multidão, mas vou perder o avião se parar para as fotos... osh, meu deus, não quero desapontá-los”.

Seus funcionários não querem saber o quanto você está estressado por causa das suas próximas palestras no TED Talk. Eles não querem saber o quanto é difícil manter duas casas. Antes de se gabar – com ou sem humildade, sobre trabalho ou vida pessoal – pense no seu público. Uma moça que veste 44 não quer ouvi-la reclamar que normalmente seu tamanho é 36, mas na Prada é 38 porque eles têm um padrão menor.

Melhor ainda, não se gabe. Apenas tenha orgulho do que já conquistou. Deixe que os outros se gabem por você; se você fez coisas legais, não se preocupe, eles vão fazer isso.

10. Imponha suas opiniões.

Você sabe coisas. Coisas muito legais e importantes. Incrível. Mas somente as divida com alguém no momento certo. Se for um mentor, divida a qualquer hora. Se for um coach, pode dividir. Se você é só um cara que acaba de começar uma dieta paleolítica, não nos diga o que pedir no almoço. A menos que perguntemos. O que é certo para você pode não ser para outros; e pode não vir a ser bom para você também.

Como a maioria das coisas na vida, oferecer conselhos úteis tem tudo a ver com escolher seu público – igual a ganhar novas amizades e influenciar pessoas.

Título original: 10 Things Really Smart People Refuse To Do
Autor: Jeff Haden
Tradução livre: Viviane Nishiura



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